Investigação revela infiltração do crime organizado em postos de combustível de 22 estados

Uma investigação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública está lançando luz sobre a infiltração do crime organizado em postos de combustíveis no Brasil. A análise inclui 941 estabelecimentos espalhados por 22 estados, com foco em São Paulo e Goiás.

Facções conhecidas, como o PCC e o Comando Vermelho, além de milícias, estariam envolvidas.

O levantamento, inédito e minucioso, revela uma ampla rede de operações criminosas associadas ao setor de combustíveis. Estados como São Paulo, sob administração de Tarcísio de Freitas, e Goiás, liderado por Ronaldo Caiado, são os mais afetados.

Ambos os governadores têm agendas políticas voltadas para o combate ao crime.

Atuação do crime organizado em postos

A ação criminosa em postos de combustíveis não envolve apenas lavagem de dinheiro, mas também fraudes fiscais e adulterações. Essas irregularidades afetam a cadeia produtiva e não se limitam à venda ao consumidor final.

O mapeamento ganhou forma com a colaboração de órgãos federais, incluindo a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A ação revelou que São Paulo concentra 290 postos suspeitos, seguido por Goiás com 163. Outros estados, como Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte, também apresentam números expressivos. As suspeitas se baseiam em históricos criminais dos sócios e em operações policiais anteriores.

Envolvimento das facções

Facções como o PCC e o Comando Vermelho são apontadas como protagonistas dessas operações.

Em 2020, a Operação Rei do Crime mirou na lavagem de dinheiro por meio de empresas do setor em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Esse esquema teria movimentado R$ 30 bilhões em quatro anos.

Reação das autoridades

As polícias federal e civil, em conjunto com o Ministério Público, têm intensificado as operações. Recentemente, a Operação Boyle foi deflagrada em São Paulo, visando grupos que adulteravam combustíveis.

A pressão por novas medidas legislativas também é crescente, com o Instituto Combustível Legal (ICL) promovendo mudanças nas leis.

O crime organizado no setor de combustíveis gera receita superior à do tráfico de cocaína, estimada em R$ 15 bilhões. Sonegação e fraudes causam perdas fiscais anuais de até R$ 23 bilhões. O setor, que representa uma significativa parcela do PIB industrial, está no centro das atenções devido a essas irregularidades.

Brechas e desafios

O modelo de fiscalização atual apresenta falhas que são exploradas de maneira criminosa. A complexidade das normas fiscais contribui para um cenário vulnerável a práticas ilícitas.

Reformas são necessárias para assegurar a integridade do mercado e proteger a concorrência legal.

O combate à infiltração criminosa em postos de combustíveis se mostra um desafio complexo e multifacetado. As autoridades continuam a trabalhar em conjunto para desmantelar essas redes, assegurando que o setor opere de forma justa e segura.

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