Semana no mercado: guerra comercial esfria e bolsas aquecem

Os mercados globais encerraram a semana em tom mais positivo, impulsionados por um arrefecimento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e por sinalizações mais dovish por parte de membros do Federal Reserve. Segundo Marco Prado, operador de mercado e apresentador do programa Pre-Market, o ambiente foi marcado por uma recuperação nos principais índices acionários, com o Ibovespa futuro voltando a operar nos patamares mais altos do ano, acompanhando o bom desempenho das bolsas americanas e europeias.

Sinalizações do Fed e recuo de Trump animam os investidores

A principal mudança de tom veio da política americana. Donald Trump suavizou sua retórica sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e indicou que pode rever parte das tarifas impostas à China. Em resposta, o governo chinês sinalizou que não deve aplicar a tarifa de 125% sobre determinados produtos americanos — gesto visto como positivo para o comércio global.

Além disso, Christopher Waller, membro do Fed, afirmou de forma enfática que votará a favor de um corte de juros na próxima reunião do FOMC. A declaração foi interpretada como um reforço ao cenário de afrouxamento monetário nos EUA, o que favorece ativos de risco.

Desempenho dos ativos: dólar, bolsa e juros

No Brasil, o dólar voltou a recuar e chegou à casa dos R$ 5,70, puxado pelo apetite por risco nos mercados internacionais. A moeda americana só não cedeu mais diante da permanência de incertezas fiscais no radar doméstico, que ainda geram cautela nos investidores.

O IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira (26), veio em linha com o esperado e ajudou a sustentar a percepção de que o Banco Central brasileiro pode encerrar o atual ciclo de aperto monetário até o fim do ano. As taxas de juros futuras chegaram a recuar, abrindo espaço para uma melhora nos ativos locais.

O mercado teve um viés bem mais otimista nesta semana, ainda que o cenário fiscal brasileiro siga como ponto de atenção“, afirmou Marco Prado.

Commodities e criptoativos

O petróleo manteve-se estável ao longo da semana, mesmo com especulações de que membros da OPEP podem anunciar, na próxima semana, um aumento na produção — fator que tende a limitar os ganhos da commodity no curto prazo.

O Bitcoin foi outro destaque positivo da semana, acumulando alta e encerrando o período acima dos US$ 93 mil. O movimento reflete o bom momento da renda variável global, que voltou a atrair fluxos diante de um cenário externo mais construtivo.

Perspectiva para o segundo trimestre

A expectativa para o início do segundo trimestre é de continuidade desse movimento de alívio, desde que os dados de inflação continuem mostrando desaceleração e que não haja surpresas nos desdobramentos da política monetária americana. “Com menos inflação, o investidor global entende que pode haver um ambiente mais favorável para ativos de risco”, destacou Marco Prado.

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