Marinha do Brasil e UFRJ fortalecem parceria para o desenvolvimento de tecnologias nucleares marítimas

Curso de extensão discutiu avanços, regulamentação e aplicações dos Reatores Modulares Pequenos em navios e plataformas offshore

Por Edwaldo Costa (jornalista)

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promoveu, no dia 28 de abril, o curso de extensão “Energia Nuclear no Mar: Viabilidade e Normas para SMRs embarcados”, que discutiu os avanços tecnológicos, os desafios regulatórios e as aplicações marítimas dos Reatores Modulares Pequenos (SMRs), destacando a importância da inovação para o desenvolvimento do setor nuclear nacional.

Segundo a professora doutora Inayá Lima, da pós-graduação em Engenharia Nuclear da UFRJ, o principal objetivo do curso foi debater os avanços e desafios dos SMRs, com foco especial em suas aplicações no setor marítimo. Durante o evento, foram abordados projetos em desenvolvimento no Brasil, suas possíveis implementações, além dos aspectos regulatórios e de licenciamento que envolvem essa tecnologia inovadora. “Este evento marcou um momento histórico para o nosso setor nuclear, em especial para os alunos da engenharia nuclear, e a adesão, inclusive, superou todas as expectativas.”

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promoveu, no dia 28 de abril, o curso de extensão “Energia Nuclear no Mar: Viabilidade e Normas para SMRs embarcados”, que discutiu os avanços tecnológicos, os desafios regulatórios e as aplicações marítimas dos Reatores Modulares Pequenos (SMRs), destacando a importância da inovação para o desenvolvimento do setor nuclear nacional.

Segundo a professora doutora Inayá Lima, da pós-graduação em Engenharia Nuclear da UFRJ, o principal objetivo do curso foi debater os avanços e desafios dos SMRs, com foco especial em suas aplicações no setor marítimo. Durante o evento, foram abordados projetos em desenvolvimento no Brasil, suas possíveis implementações, além dos aspectos regulatórios e de licenciamento que envolvem essa tecnologia inovadora. “Este evento marcou um momento histórico para o nosso setor nuclear, em especial para os alunos da engenharia nuclear, e a adesão, inclusive, superou todas as expectativas.”

O Presidente da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares, Deputado Federal Júlio Lopes, enfatizou que eventos como os organizados pela UFRJ, voltados à discussão sobre SMRs no mar, são fundamentais não apenas para ampliar o conhecimento sobre essa nova possibilidade, mas também para estimular estudantes e professores a prosseguirem na pesquisa e no desenvolvimento. 

Segundo o parlamentar, a propulsão de navios e submarinos, assim como a energização de plataformas de petróleo em alto-mar, já são realidades cada vez mais presentes no campo da energia. Por isso, é essencial que essas tecnologias sejam compreendidas e desenvolvidas pela academia brasileira. Júlio Lopes também destacou o avanço das pesquisas na UFRJ. 

A programação foi marcada por uma série de palestras e mesas-redondas que abordaram desde projetos em desenvolvimento no País, até os marcos regulatórios e os critérios de segurança para a utilização de reatores nucleares embarcados.

O físico nuclear e professor do Departamento de Engenharia Nuclear da UFRJ, doutor Aquilino Senra, foi um dos palestrantes do evento e destacou o projeto de pesquisa contratado pela Petrobras para o desenvolvimento de um estudo de viabilidade da implantação de um hub de geração offshore de energia elétrica, visando à descarbonização da produção de gás e óleo em alto-mar por meio de fontes renováveis e nuclear.

O professor doutor Aquilino esclareceu ainda que a UFRJ não está desenvolvendo diretamente um reator embarcado, mas sim investigando alternativas energéticas inovadoras para ambientes extremos, localizados a 250 quilômetros da costa brasileira e a 2.500 metros de profundidade. Em sua apresentação, abordou os avanços no uso da fonte nuclear no projeto e ressaltou que a geração offshore de energia elétrica, baseada em múltiplas fontes, poderá beneficiar setores como a mineração, a siderurgia, o refino de petróleo, a dessalinização da água e data centers.

Adicionalmente, o professor doutor Aquilino também reforçou a importância estratégica do domínio da tecnologia nuclear pela MB, especialmente no programa de propulsão nuclear de submarinos. Ao comentar sobre a iniciativa do workshop promovido pela professora doutora Inayá Lima, do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), Senra avaliou que encontros como este são fundamentais para fomentar o diálogo técnico e institucional sobre o papel dos pequenos reatores modulares (SMRs) na descarbonização industrial, ressaltando que a geração contínua de energia elétrica, sem emissão de gases do efeito estufa, é indispensável para plataformas offshore afastadas da costa.

Durante sua participação, o Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, ressaltou a relevância do evento para o fortalecimento da cultura de segurança nuclear naval em projetos inovadores como os SMRs embarcados.

“Eventos voltados para o debate técnico-científico, promovidos pela academia, são fundamentais para disseminar conhecimento técnico e consolidar uma mentalidade voltada à segurança nuclear em navios e plataformas flutuantes, no momento em que observamos um intenso desenvolvimento de tecnologias potenciais para o emprego nos cenários marítimo e fluvial. A atuação integrada entre o setor regulador, universidades e indústria é essencial para garantir o uso seguro e confiável das plantas nucleares flutuantes, em futuro próximo, sempre que necessário”, afirmou o Almirante de Esquadra Petronio.

Destinado a profissionais da indústria nuclear e de energia, reguladores, pesquisadores e empresas interessadas em investir em SMRs, o curso buscou fomentar o diálogo entre os diversos atores do setor e contribuir para o desenvolvimento sustentável da energia nuclear no Brasil.

O Diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL), Vice-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, destacou que o curso é uma iniciativa essencial para ampliar o conhecimento técnico sobre tecnologias sensíveis e preparar profissionais qualificados para os grandes projetos do setor nuclear brasileiro.

“Na AMAZUL, trabalhamos para integrar ciência, engenharia e soberania nacional, contribuindo de forma concreta para o domínio do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Tudo isso com o compromisso de gerar benefícios reais para a sociedade, como segurança energética, desenvolvimento tecnológico e formação de mão de obra altamente especializada”, explicou o Diretor-Presidente da AMAZUL. 

Também participou do Painel de Discussão “Panorama dos SMRs: Tecnologias Viáveis” o ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), professor doutor Renato Cotta, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRJ e atual Consultor Técnico da DGDNTM. Ele ressaltou que o avanço tecnológico em áreas estratégicas, como a dos Reatores Modulares Pequenos (SMRs) para aplicações marítimas, depende diretamente da formação de recursos humanos altamente qualificados e da consolidação de parcerias entre a academia, o governo e instituições do setor.

“Iniciativas como essa são essenciais para estimular pesquisadores, integrar conhecimentos de diferentes áreas e preparar o País para enfrentar os desafios técnicos e regulatórios que essas tecnologias exigem. A universidade tem um papel central nesse processo, tal qual ocorreu em outras oportunidades, promovendo análises independentes e soluções inovadoras que atendam às necessidades do desenvolvimento nuclear autóctone”, afirmou o professor doutor Cotta. 

A iniciativa refletiu a crescente importância da energia nuclear como vetor estratégico para o País e reforçou o papel da universidade, do governo e da indústria na articulação entre ciência, tecnologia e inovação.

O evento reafirma o compromisso da UFRJ, que, por meio de uma parceria bem-sucedida entre a COPPE e a Escola Politécnica, promove conhecimento, avanço técnico e capacitação em um setor estratégico para o País.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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