Esposa de Claudiomar revela desafios da recuperação: ‘vivemos de pequenos milagres’

Por SELES NAFES

A advogada Edcleuma Nunes vive uma batalha silenciosa, mas profundamente comovente. Casada há 20 anos com o vereador Claudiomar Rosa (PT), de 55 anos, com quem teve duas filhas, ela se tornou, aos olhos de amigos e familiares, um farol incansável — uma presença firme e amorosa que, mesmo em meio à tempestade, tenta guiar o marido de volta ao porto seguro da consciência, da fala e dos gestos cotidianos.

Na próxima quarta-feira (7), Claudiomar, que também é professor da rede pública (licenciado), completará dois meses no maior desafio de sua vida. Seu corpo e sua mente ainda travam uma dura e lenta batalha para superar as sequelas de um AVC hemorrágico, ocorrido em Vitória (ES), enquanto ele cumpria uma agenda política.

Já estabilizado, após muitos altos e baixos que testaram a fé e a resistência da família, o vereador foi transferido para um hospital em Macapá no mês passado. Agora, ele aguarda o momento de voltar para casa. Apesar das incertezas, cada pequeno progresso é celebrado como uma vitória e um milagre — o abrir de olhos, um leve movimento de mão, uma tentativa de resposta silenciosa. Ainda assim, os médicos não arriscam dizer se a recuperação será total. 

Edcleuma conversou com o Portal SelesNafes.Com sobre o estado de saúde dele, e relembrou o dia em que Claudiomar teve 90% de chance de morrer.


Como está o tratamento do vereador Claudiomar? Existem avanços?

Temos tido avanços, sim. Clinicamente ele está bem melhor, já em preparação para vir para casa e continuar o tratamento em home care. A recuperação neurológica já é mais lenta, precisando de mais tempo com intenso trabalho de reabilitação. Mas ele tem respondido bem mesmo.

Como estão as funções dele?

Já está há mais de 3 semanas respirando sem ajuda de aparelhos, conseguindo deglutir e sem nenhuma intercorrência.

Ele se comunica?

Não. Tem alguns movimentos quando falamos com ele, mas não tem como saber se são movimentos espontâneos.

Que tipo de movimentos?

De tentar segurar a nossa mão, movimenta a cabeça, as pernas… Ele tosse.

Claudiomar em 2017, como secretário da prefeitura….Foto: Arquivo/SN

Ele demonstra estar consciente?

Reconhece a nossa voz. Percebemos isso.

Os médicos dizem que ele terá uma recuperação 100%?

Tanto os médicos de Vitória quanto os daqui dizem que não tem como afirmar, e que cada paciente apresenta respostas diferentes. Certo é que demandará tempo, que nesses casos é tudo muito lento.

Como você consegue conciliar trabalho, família e os cuidados com o Claudiomar? 

Está sendo muito difícil. A nossa vida mudou completamente de um dia para outro. Recebemos muito apoio de nossa família e amigos e isso tem sido essencial. As orações e as demonstrações reais de carinho e disponibilidade tem nos fortalecido.

E em 2025, como líder da oposição ao governo Furlan

Você tem alguma fé?

Diante de tudo o que aconteceu, a fé é o que nos impulsiona. Desde que tudo aconteceu, vivemos de pequenas vitórias, que chamamos de pequenos milagres. Muitas coisas que nos falaram, ainda no hospital em Vitória, o Claudiomar superou. Cito, por exemplo, uma médica ter dito que a lesão iria comprometer a respiração espontânea e dias depois ele voltou a respirar sozinho, sendo que ele está há mais de um mês sem precisar de respirador, sem nenhuma intercorrência e mantendo a estabilidade clínica.
Lembro de um dos médicos que veio passar o boletim diário dele, já nos últimos dias em que estávamos em Vitória. Ele nos disse que estava no plantão no pronto atendimento, no dia em que o Claudiomar deu entrada no hospital e que pelo quadro apresentado, a possibilidade de óbito, naquele dia, era de mais de 90% e que ele estava surpreso em revê-lo estável, da forma em que nos relatou no boletim. Lembro bem que ele disse assim: “isso é para vocês verem que tem alguém que sabe muito mais do que nós, não deixem de acreditar”.
E o Claudiomar, mesmo sem dizer nada, mostra o tempo todo o quanto ele está lutando e isso não nos surpreende, porque ele sempre foi assim.
Sabemos que o processo de recuperação, nesses casos, é lento e não há como determinar um tempo certo e nem como será. Com isso, podemos compreender o que significa a expressão “tempo de Deus” e aprendemos a ter paciência e, nesse tempo, dedicar todo amor e cuidado para com ele, com muita fé em sua recuperação.

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