Inflação persistente: economista avalia os desafios do Banco Central

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Em entrevista ao canal BM&C News, o economista André Perfeito afirmou que o cenário inflacionário continua sendo motivo de atenção por parte do Banco Central, mesmo diante de sinais de desaceleração econômica. Segundo ele, fatores como a valorização do real e a queda no preço do petróleo não têm sido suficientes para ancorar as expectativas de inflação para este ano e para 2026.

O Banco Central monitora com atenção o comportamento da inflação, que segue desancorada. Mesmo com um cenário mais contracionista, a dificuldade de conter os preços permanece elevada”, disse.

Mercado de trabalho pressiona inflação de serviços

Para Perfeito, a atividade econômica ainda não apresenta sinais claros de desaceleração. Ele destaca o dinamismo do mercado de trabalho como um dos fatores que mantêm a inflação resistente, especialmente no setor de serviços.

A taxa de desemprego está relativamente baixa em comparação ao mesmo período do ano passado, e o rendimento médio real segue em alta. Isso impacta diretamente a inflação de serviços, que é sensível ao comportamento dos salários”, explicou.

Curva de juros longa já reage ao cenário externo

O economista também chamou atenção para o comportamento recente da curva de juros prefixada de longo prazo. Segundo ele, os títulos com vencimento em 2031 registraram uma valorização de 4% nos últimos 30 dias, o que corresponde a uma taxa anualizada de cerca de 60%.

A parte mais longa da curva de juros está caindo com força, o que reflete a expectativa de desaceleração das economias desenvolvidas. Quando essa desaceleração se tornar evidente nos Estados Unidos, Europa e China, o movimento será conjunto e vai reforçar o alívio nos juros de longo prazo”, afirmou.

Alta de 75 pontos-base como resposta do BC

Apesar do ambiente global mais benigno em termos de juros, André Perfeito defende que o Banco Central brasileiro adote uma postura firme diante da inflação persistente. Para ele, o Copom deveria considerar uma elevação da taxa Selic em 0,75 ponto percentual.

O BC não deve interpretar esse momento como um alívio. A autoridade monetária precisa seguir pressionando para segurar as expectativas inflacionárias. Na minha visão, uma alta de 75 pontos agora seria adequada”, concluiu.

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