Americano Robert Prevost é eleito papa e adota o nome Leão XIV

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (8) a escolha do novo líder da Igreja Católica: o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos. Com a tradicional fumaça branca saindo da chaminé da Capela Sistina, foi confirmada sua eleição como pontífice. Ele adotou o nome de papa Leão XIV, tornando-se o primeiro papa dos Estados Unidos na história da Igreja.

Considerado próximo a Francisco e de perfil progressista, Prevost apareceu na sacada da Basílica de São Pedro logo após a proclamação oficial feita em latim pelo cardeal Dominique Mamberti. Em seu primeiro discurso, desejou paz aos fiéis, evocando as palavras de Cristo ressuscitado e pedindo que essa mensagem tocasse os corações de todos.

Também agradeceu diretamente a seu antecessor, encerrando a fala com um “obrigado, papa Francisco”, sinalizando sua intenção de seguir os rumos deixados pelo pontífice anterior.

A eleição de Prevost confirma a expectativa de que o conclave buscava um sucessor alinhado com o legado de Francisco, especialmente no que diz respeito ao diálogo, à caridade e à proximidade com os mais vulneráveis. O novo papa reforçou esse compromisso ao afirmar que deseja uma Igreja que caminhe unida, aberta à escuta e guiada pela paz.

Nascido em Chicago, Prevost desenvolveu boa parte de sua vida eclesiástica no Peru, e fez questão de agradecer em espanhol à diocese onde atuou. Foi a primeira vez que um papa usou outro idioma além do italiano em seu discurso de apresentação, o que também reforça sua sensibilidade às diferentes culturas do mundo católico.

A escolha do novo pontífice ocorreu 17 dias após a morte do papa Francisco, vítima de um AVC e de insuficiência cardíaca. O falecimento, embora inesperado, ocorreu após um longo período de saúde frágil. Francisco esteve hospitalizado recentemente, enfrentando uma pneumonia que o manteve internado por cinco semanas.

Em seus 12 anos de pontificado, promoveu reformas profundas e buscou uma Igreja mais acessível aos fiéis, mesmo diante do desafio do declínio de seguidores no mundo, que hoje somam cerca de 1,3 bilhão.

O conclave seguiu um ritmo semelhante aos dois anteriores, em 2005 e 2013, sendo concluído no segundo dia. Apesar das expectativas de que o processo pudesse se estender, devido ao número elevado de cardeais votantes — 133, ante 117 na eleição passada —, a decisão saiu com relativa rapidez.

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A fumaça preta ainda apareceu na manhã do mesmo dia e na sessão inicial de quarta-feira, mas foi substituída pelo sinal branco poucas horas depois, encerrando o período conhecido como Sé Vacante, em que o papado fica vago.

Milhares de pessoas acompanharam a movimentação na Praça São Pedro, que chegou a reunir cerca de 45 mil fiéis e turistas nos momentos decisivos. O público se revezava entre aplausos espontâneos e o silêncio atento, com os olhos voltados para a chaminé da Capela Sistina e celulares prontos para registrar o momento histórico.

A escolha de Leão XIV, um líder considerado discreto, conciliador e próximo das diretrizes reformistas de seu antecessor, aponta para uma continuidade, mas também abre espaço para avanços dentro da Igreja. A partir de agora, inicia-se uma nova etapa no Vaticano, cujo rumo dependerá das decisões que o novo papa tomará nos próximos meses.

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