Acordo levará instrução sobre a violência doméstica e familiar a estudantes de escolas públicas

Da REDAÇÃO

Um passo importante para transformar, desde a base, a realidade de mulheres vítimas de violência nos lares e relacionamentos foi dado nesta quinta (8) pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) com apoio de parceiros.

O projeto “Mais que Palavras: Atuando Contra a Violência Doméstica e Familiar” tem como foco a formação de jovens conscientes, capazes de romper ciclos de agressões normalizadas dentro da sociedade. A iniciativa vai atuar diretamente em escolas públicas da capital, onde o índice de casos de violência doméstica é mais elevado, por meio de palestras, atividades educativas e produção de conteúdo audiovisual.

A ação será executada em parceria com a Defensoria Pública do Estado (DPE/AP) e a Secretaria de Estado da Educação (SEED), com a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica que formaliza a atuação conjunta das instituições. Ao todo, cerca de 880 estudantes de cinco escolas da rede estadual serão beneficiados nesta primeira etapa.

Segundo a juíza Marcella Smith, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Macapá, a iniciativa nasceu da urgência em atuar preventivamente junto à juventude.

“Precisamos intervir antes que a violência aconteça. E o ambiente escolar é um espaço fundamental para formar valores, estimular a empatia e cultivar a cultura da paz”, afirmou.

Acordo foi assinado em solenidade no Tjap

O projeto prevê a realização de rodas de conversa, oficinas, exibição de vídeos e um concurso estudantil de produção de conteúdo sobre o tema. A ideia é que os estudantes não apenas recebam informações, mas também se tornem multiplicadores desse conhecimento dentro de suas famílias e comunidades.

Para o presidente do TJAP, desembargador Jayme Ferreira, a Justiça tem papel essencial na formação de uma nova geração mais consciente.

“Investir na educação dos jovens é investir em um futuro com menos violência. Eles são os verdadeiros agentes de transformação”, disse.

A Defensoria Pública, por meio do Núcleo de Defesa da Mulher, reforçou seu compromisso com o projeto.

“Essa é uma oportunidade de exercer nossa missão de forma preventiva, ao lado de instituições que compartilham do mesmo propósito: proteger as mulheres e promover uma sociedade mais justa”, declarou o defensor público-geral, José Rodrigues.

As escolas contempladas são: Augusto dos Anjos, Nilton Balieiro Machado, Nancy Nina da Costa, Mário Quirino da Silva e Paulo Freire — todas com alta concentração de alunos em bairros com registros preocupantes de violência doméstica.

Segundo a diretora Isaura Schusterschitz, da Escola Nancy Nina da Costa, trazer o debate para dentro das salas de aula é essencial.

“Esses jovens podem ajudar a mudar a mentalidade dentro de casa e a reconhecer sinais de violência, algo que muitas vezes ainda é silenciado por medo ou vergonha”, afirmou.

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