Da roça ao mundo: Vanderlei, da Arte de Vestir, inspira com trajetória de superação e visão empreendedora

O programa Mistukenti recebeu, nesta semana, uma visita especial: Vanderlei Klug, fundador da loja Arte de Vestir, com unidades em Timbó e Indaial. Em uma conversa franca e inspiradora, o empresário compartilhou sua trajetória de vida — que começa na zona rural, passa por diversos desafios e chega ao sucesso empresarial — sem perder os pés no chão e os valores fundamentais.

Nascido na roça, Wanderlei começou a trabalhar ainda criança, ajudando os pais na agricultura. Aos 18 anos, mudou-se para Timbó em busca de novas oportunidades. O início não foi fácil: trabalhou como servente de pedreiro e vendedor porta a porta, até fundar, ao lado do irmão, uma empresa de usinagem. Mas foi durante a faculdade que surgiu a faísca para empreender no ramo da moda — até então desconhecido para ele.

Mesmo sem experiência no setor, decidiu abrir a própria loja de roupas. “Enfrentei muitos desafios, cometi erros com crediários e senti o peso da falta de conhecimento. Mas fui persistente, estudei muito, inclusive durante noites de insônia”, relembra. A coragem e a dedicação deram resultado: hoje, a Arte de Vestir é referência em moda feminina e atende também o público masculino e infantil.

Durante a entrevista, Wanderlei destacou que o sucesso é consequência de um trabalho bem feito, e que o medo é o maior bloqueio para quem deseja empreender.

“Viver com o essencial e com honestidade vale mais do que enriquecer a qualquer custo”, afirmou.

Ele também compartilhou que livros como A Lei do Triunfo, de Napoleon Hill, foram fundamentais para manter o foco e a motivação nos momentos difíceis.

Reflexões sobre o mundo e o Brasil

O bate-papo também abordou experiências internacionais de Wanderlei, que já visitou países como China, Estados Unidos, Suíça, França e Itália. Ele conta que se sentiu mais livre nas ruas de Xangai do que em muitos lugares do Ocidente.

“Mesmo com o controle da internet, há segurança, limpeza e custo de vida mais acessível. Um exemplo é o preço da água nos restaurantes, cerca de R$ 1,50”, compara.

Sobre o Brasil, ele foi direto: “Temos um país com enorme potencial, mas travado por má administração pública. Está nas mãos de poucos”. Segundo ele, enquanto a China adota um modelo político comunista, sua economia é extremamente capitalista, estimulando o esforço e a produtividade. “No Brasil, tentamos aplicar políticas assistencialistas, mas sem estrutura para sustentá-las, gerando distorções e dívidas”, criticou.

Nos Estados Unidos, Wanderlei observou um sistema que valoriza o trabalho e a meritocracia, mas que também cobra caro por falhas — como a ausência de um sistema de saúde público como o SUS. Já na Europa, se encantou com a limpeza e a organização da Suíça e refletiu sobre a herança histórica da França. “A Revolução Francesa mudou o rumo do mundo, mas hoje o país sofre com problemas sociais visíveis, como pichações e moradores de rua”, comentou, associando-os à fragilidade de modelos socialistas mal sustentados.

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Estratégia e inovação

As viagens também transformaram sua atuação como empresário. Ao visitar feiras e fábricas na China, passou a importar matérias-primas — como tecidos e fios — e fabricar as peças no Brasil, reduzindo custos e enfrentando de forma mais competitiva a alta carga tributária nacional. “Em uma importação de jaquetas, paguei R$ 420 mil só em impostos. Isso mostra como é difícil crescer aqui dentro”, desabafa.

Para Wanderlei, empreender vai além de vender. É preciso ter propósito, estudar constantemente e manter a integridade, mesmo diante das dificuldades. Sua história é um retrato de que o sucesso não nasce do acaso, mas da soma entre trabalho duro, aprendizado constante e uma boa dose de coragem.

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