Afinal, onde caiu a nave soviética que poderia atingir o Amapá?

Por RODRIGO DIAS

A expectativa e a apreensão que pairavam sobre o Amapá nos últimos dias, em razão da possível queda de uma antiga nave espacial soviética, chegaram ao fim com uma reviravolta. Contrariando as previsões iniciais, a agência espacial russa Roscosmos confirmou que a cápsula da sonda Cosmos 482 reentrou na atmosfera terrestre na madrugada deste sábado (10) e caiu no Oceano Índico, a oeste de Jacarta, na Indonésia.

O anúncio põe fim à especulação provocada por um alerta emitido pelo especialista Richard Cardial, membro da rede Exoss de monitoramento de meteoros no Brasil. Com base em análises de trajetória, Cardial havia apontado o estado do Amapá como uma das possíveis rotas de queda da espaçonave desativada, lançada pela União Soviética em 1972, com destino a Vênus.

A Cosmos 482, também chamada de Kosmos 482, falhou ao tentar alcançar a órbita de transferência para o planeta vizinho e permaneceu orbitando a Terra por mais de cinco décadas. Com o tempo, a maior parte da estrutura da sonda se desintegrou na atmosfera, mas a cápsula de pouso — um módulo esférico com cerca de um metro de diâmetro e 500 kg — resistiu ao longo dos anos.

Especialista apostava em Amapá, Pará ou Rondônia

Astrônomos e especialistas em tráfego espacial vinham monitorando atentamente a trajetória da cápsula, que perdia altitude de forma gradual devido ao atrito com a atmosfera. O cientista holandês Marco Langbroek, da Universidade de Tecnologia de Delft, havia estimado que a reentrada ocorreria neste sábado, 10 de maio.

Embora previsões iniciais indicassem o Amapá como possível local de impacto, os cálculos mais recentes da Roscosmos revelaram uma mudança na trajetória, culminando na queda no Oceano Índico. A confirmação traz alívio aos moradores do estado, que acompanhavam com atenção os alertas sobre a reentrada do artefato espacial.

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