Petrobras deve priorizar caixa, segundo analista da AGF

Petrobras recebe ação popular contra dividendos antecipados. Descubra o que está em jogo para a empresa e seus acionistas.

O lucro da Petrobras teve como principais vetores a valorização cambial, que desta vez atuou a favor da companhia, e o aumento da produção de 5,4% sobre o quarto trimestre de 2024, alavancada pelo início da operação da FPSO Almirante Tamandaré no campo de Búzios, no pré-sal. A receita líquida somou R$ 123,1 bilhões, crescimento de 5% sobre o primeiro trimestre de 2024, refletindo também o aumento das vendas internas e externas de petróleo, e spreads favoráveis no diesel.

O Ebitda ajustado foi de R$ 61 bilhões, avanço de 2% na comparação anual e alta expressiva de 49% sobre o fraco 4T24. Galdi destaca que esse salto é importante para reforçar a geração de caixa e a confiança dos investidores, mas não mascara o cenário mais exigente à frente.

Investimentos sob revisão

A Petrobras investiu US$ 4 bilhões no primeiro trimestre, alta de 34% contra um ano antes, com foco em ampliar a produção com novas FPSOs no pré-sal. Apesar do aumento, a empresa afirmou que o volume não altera a meta anual de US$ 19 bilhões.

Segundo Galdi, a sinalização da empresa sobre a revisão do Plano Estratégico 2026–2030 é um indicativo claro de mudança de postura:

Os projetos que forem prioritários para geração de valor no curto prazo serão preservados. Os demais devem ser reavaliados. O foco será manter equilíbrio financeiro e evitar qualquer pressão sobre a dívida”, comentou.

A dívida líquida da Petrobras fechou março em R$ 322 bilhões, praticamente estável ante dezembro de 2024. No entanto, o indicador dívida líquida/Ebitda passou de 1,29x para 1,45x, o que chama atenção diante da perspectiva de margens menores com petróleo mais barato.

Proventos mantidos, mas dividendos extras dependerão do petróleo

A estatal anunciou R$ 11,7 bilhões em proventos relativos ao primeiro trimestre, o que equivale a R$ 0,909 por ação ordinária e preferencial. O pagamento será feito em duas parcelas, nos meses de agosto e setembro, mesclando dividendos e JCP.

Galdi observou que, apesar de ruídos no mercado sobre uma possível mudança no modelo de distribuição, a Petrobras deixou claro que o atual modelo de dividendos — 45% do fluxo de caixa livre — segue em vigor. No entanto, ele destaca que a empresa vinculou eventuais dividendos extraordinários ao comportamento do petróleo nos próximos meses.

A distribuição adicional de dividendos não está descartada, mas vai depender diretamente da recuperação dos preços do Brent. A empresa tem sido pragmática nesse ponto”, analisou.

Exploração em novas frentes e foco em reservas

Durante a teleconferência, a Petrobras indicou que continuará buscando novas oportunidades para ampliar sua base de reservas, com foco na Bacia de Pelotas, na Margem Equatorial e em ativos internacionais, como a avaliação de ativos da Shell na Colômbia.

Galdi afirma que a empresa quer evitar o esgotamento de sua base de ativos de longo prazo, mas fará isso sem comprometer a saúde financeira:

O discurso da empresa mostra preocupação legítima em aumentar reservas, mas sem abrir mão da disciplina financeira. Isso é um avanço em relação a gestões anteriores”, pontuou.

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