Presídio de Tuta e Marcola do PCC tem muralha de 9 metros e 6 refeições por dia; veja fotos

Os líderes do PCC, Tuta e Marcola, estão no mesmo presídio de segurança máxima em Brasília – Foto: Divulgação/ND

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na Bolívia na sexta-feira (16) e levado para a Penitenciária Federal de Brasília no domingo (18). O atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) é apontado como sucessor de Marcola, que também cumpre pena no presídio.

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, está preso desde 1999 e foi transferido para Brasília em 2023, com objetivo de evitar sua fuga. O criminoso de 54 anos já foi condenado a 342 anos de prisão.

Tuta teria assumido a liderança da facção criminosa após a prisão de Marcola. Ele foi condenado a 12 anos e meio de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro, acusado de movimentar mais de R$ 1 bilhão no mundo do crime.

Tuta foi preso na Bolívia ao comparecer a uma unidade policial para tratar de questões migratórias com documentos falsos – Foto: Reprodução/ND

Foragido desde 2020, o nome do criminoso foi incluído na Lista de Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), o que facilitou a atuação da polícia boliviana. Ele foi capturado durante uma operação em Santa Cruz de la Sierra, ao apresentar um documento falso.

Como é o presídio onde Tuta e Marcola estão presos?

A Penitenciária Federal de Brasília é uma das cinco unidades de segurança máxima do Brasil e integra o Complexo Penitenciário da Papuda. O presídio aplica o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), modelo de regime fechado com regras rigorosas, em cela individual, com limitações ao direito de visita e de saída da cela.

Tuta deve ficar 22h por dia dentro da cela, visto que os detentos têm direito a duas horas de banho de sol diárias. A penitenciária serve seis refeições: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

O presídio de segurança máxima em que estão presos Tuta e Marcola possui quatro pavilhões e 208 celas individuais, por trás de uma muralha de nove metros. Segundo a CNN, as celas têm seis metros quadrados e contam com cama, escrivaninha, banco e prateleiras em alvenaria.

O local também inclui banheiro com vaso, pia e um cano no lugar do chuveiro para a ducha. O preso recebe duas camisetas de manga curta e longa, calça, agasalho, tênis, sapato, lençol, toalha, travesseiro e meias. Para a higiene, o sistema prisional fornece sabonete, desodorante, escova, creme dental, papel higiênico e produtos de limpeza do ambiente.

Tuta e Marcola têm direito a duas horas de banho de sol e seis refeições por dia – Foto: Reprodução/ND

O líder do PCC capturado na Bolívia passará 20 dias em uma cela de transição, de cerca de nove metros quadrados. A sala tem abertura para o sol e somente advogados constituídos podem visitar. Nesse período de adaptação, uma equipe médica avalia as condições de saúde do detento antes da transferência para a cela definitiva.

Para entrar na Penitenciária Federal de Brasília, os visitantes devem passar por três barreira de segurança, que incluem scanner corporal e raio-X. Sapatos, cintos, celular, chaves e moedas ficam de fora. Há um vidro entre advogados e internos, cujas conversas por telefone são gravadas.

Requisitos para ser preso em presídio de segurança máxima como Tuta e Marcola

Não é todo preso que vai parar em uma penitenciária federal de segurança máxima como Tuta e Marcola. Pela lei, é preciso cumprir um dos seguintes requisitos:

• Ter desempenhado função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa;
• Ter praticado crime que coloque em risco a sua integridade física no ambiente prisional de origem;
• Estar submetido ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado);
• Ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça;
• Ser réu colaborador ou delator premiado, desde que essa condição represente risco à sua integridade física no ambiente prisional de origem;
• Estar envolvido em incidentes de fuga, de violência ou de grave indisciplina no sistema prisional de origem.