AIAB e ABDI debatem iniciativas para impulsionar a inovação no Brasil e fortalecer a competitividade da indústria aeroespacial

O presidente da AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil), Julio Shidara, reuniu-se na segunda-feira (19) com a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Perpétua Almeida.

Em pauta, a construção de iniciativas conjuntas para intensificar a inovação tecnológica no país, fomentar a competitividade do setor aeroespacial no cenário global e reforçar a soberania nacional — cada vez mais comprometida pela crescente dependência brasileira de sistemas espaciais estrangeiros.

“Tratamos de temas de interesse nacional voltados ao fortalecimento da soberania, da inovação e da competitividade da indústria aeroespacial brasileira no cenário global”, afirmou Julio Shidara. “A ABDI mostrou-se uma parceira estratégica para que possamos avançar com ações objetivas e concretas”, acrescentou.

Entre os principais temas abordados, destacam-se:

Encomendas Tecnológicas (ETEC) e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT): Apoio ao Projeto de Lei 3751/23, que viabiliza o uso de recursos do FNDCT para projetos estratégicos de interesse nacional, por meio de ETECs. Desde a regulamentação do Marco Legal de CT&I, em fevereiro de 2018, a ausência de previsão legal para o uso de ETEC, com recursos do FNDCT, impede que o Brasil utilize o poder de compra do Estado como instrumento de fomento à inovação e ao desenvolvimento tecnológico.

Retenção de talentos: Propostas de bolsas específicas para profissionais altamente qualificados e estratégicos da indústria aeroespacial, com o objetivo de conter a evasão desses especialistas e fomentar a inovação nacional, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Novas tecnologias aeronáuticas: Chamadas públicas voltadas à eficiência da mobilidade aérea, tecnologias limpas e soluções de mobilidade ágil, alinhadas às diretrizes de sustentabilidade do país, para que a indústria aeronáutica mantenha sua competitividade no cenário global.

Constelação de nanossatélites: Apoio ao desenvolvimento de uma constelação nacional de pequenos satélites para observação da Terra e comunicação de dados, reduzindo a dependência de tecnologias estrangeiras e fortalecendo a infraestrutura espacial do país.

Soberania

Durante o encontro, os participantes também debateram os riscos associados à dependência brasileira de sistemas espaciais estrangeiros, especialmente em um cenário internacional cada vez mais instável e sensível às questões de soberania e segurança nacionais.

“A intensificação da inovação e o contínuo estímulo à conquista de autonomia tecnológica são pilares essenciais para o futuro do Brasil como país soberano. A construção de parcerias sólidas entre governo, indústria e academia é condição indispensável para conquistar e manter protagonismo no acirrado mercado aeroespacial global”, destacou o presidente da AIAB. “O Brasil não pode dar-se ao luxo de continuar desperdiçando a oportunidade de utilizar a ETEC com recursos do FNDCT em projetos estratégicos de interesse nacional.”

O alinhamento institucional entre AIAB e ABDI reforça a urgência de políticas industriais eficazes e efetivas, voltadas ao setor aeroespacial — um segmento com alto potencial para impulsionar o desenvolvimento tecnológico, gerar empregos qualificados e ampliar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor.

Também contribuíram no debate a gerente de Relações Institucionais da associada Embraer e assessora da diretoria da AIAB, Verônica Prates; a líder do projeto Complexo Industrial da Defesa da ABDI, Karen Leal; o líder do projeto HUBTEC (Compras Públicas para Inovação) da agência, André Rauen; e o sócio-diretor da associada Fibraforte, vice-presidente e coordenador do Comitê de Espaço da AIAB, Jadir Gonçalves, que participou por videoconferência.

Foto capa: Da direita para a esquerda: Julio Shidara, Perpétua Almeida, Karen Leal e Verônica Prates. 

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