Semana agitada é marcada por recuo no IOF e tarifas de Trump à UE

A semana até começou com uma agenda econômica mais leve, mas não faltou emoção para os investidores — especialmente no Brasil. Em um cenário onde as decisões políticas voltaram a pesar sobre os ativos, o destaque foi o recuo do governo na tentativa de elevar o IOF, após reação negativa do mercado. No exterior, o presidente Donald Trump voltou a provocar ruídos, desta vez ameaçando aplicar tarifas de 50% sobre a União Europeia, o que derrubou bolsas nos EUA e na Europa nesta sexta-feira.

IOF e tensão com Trump derruba bolsas

Nos Estados Unidos, os dados do setor imobiliário não trouxeram surpresas, mas os mercados observaram atentamente os discursos dos chamados Fed Boys — membros do Federal Reserve. Apesar das incertezas globais, houve tom relativamente otimista quanto à trajetória da inflação, com indícios de que a meta de 2% pode ser alcançada.

O cenário começou bem, mas desandou na última sessão da semana, após Donald Trump publicar em sua rede social uma recomendação de tarifa adicional de 50% sobre produtos da União Europeia. A reação dos mercados foi imediata: índices americanos e europeus recuaram, diante do risco de nova escalada protecionista.

Estímulos na China e pressão sobre commodities não aliviam incertezas ligadas ao IOF

Na China, o movimento foi mais contido. Mesmo com o Banco Central chinês cortando as taxas de empréstimo de um e cinco anos, em um esforço para estimular a economia, os mercados locais operaram de lado.

O reflexo mais visível veio nas commodities, que ficaram pressionadas, com destaque negativo para o petróleo. A expectativa de aumento de produção por parte da OPEP pesou sobre os preços, fazendo a commodity fechar a semana no vermelho.

IOF e instabilidade fiscal dominam o cenário doméstico e travam o otimismo

No Brasil, a semana teve um comportamento quase desconectado do exterior. O Ibovespa renovou máximas históricas, embalada pelo otimismo de grandes bancos, como o Morgan Stanley, que projetou o índice em até 190 mil pontos até 2026, desde que a política fiscal se mantenha sólida.

No entanto, esse sentimento durou pouco. O anúncio do governo de elevação do IOF sobre transações internacionais e investimentos foi mal recebido. O mercado reagiu com força: o dólar disparou e a Bolsa derreteu, demonstrando a insatisfação com medidas vistas como arrecadatórias e improvisadas.

Diante da reação negativa, o governo voltou atrás no mesmo dia — pelo menos em parte da medida. O IOF para remessas de fundos ao exterior permanecerá zerado. Na manhã seguinte, os mercados corrigiram os excessos: o dólar devolveu a alta e o Ibovespa recuperou as perdas.

Apesar do alívio, ficou o sinal de alerta:

Fica um grande ponto de interrogação sobre o que vem por aí. As ações do governo parecem muito mais voltadas para objetivos eleitorais do que para uma agenda fiscal sólida”, avalia Marco Prado, apresentador do Pre-Market na BM&C News.

O saldo final foi de volatilidade e incerteza. A instabilidade política doméstica e as tensões comerciais globais seguirão no radar dos investidores nas próximas semanas. A depender dos próximos passos do governo Lula em relação às contas públicas — e das movimentações de Trump no cenário internacional —, os mercados seguirão com pouca previsibilidade.

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