Imane Khelif desiste de torneio após pedido de teste; entenda o caso

A boxeadora argelina Imane Khelif recentemente se viu no centro de uma polêmica no mundo do boxe. Após conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, Khelif enfrentou desafios relacionados à elegibilidade para competições futuras. A atleta não conseguiu se inscrever a tempo para a Copa do Mundo de Boxe em Eindhoven, na Holanda, devido a novas regulamentações impostas pela World Boxing.

Essas novas regras, anunciadas em 30 de maio, introduziram testes obrigatórios de gênero para todos os atletas, impactando diretamente a participação de Khelif. A decisão de não permitir sua participação na competição não foi tomada pelos organizadores do evento, mas sim pela necessidade de cumprimento das novas diretrizes da World Boxing.

Quais são as novas regras que impactaram Imane Khelif?

Imane Khelif – Foto: Creative Commons

A World Boxing, organização responsável pela regulamentação do boxe amador, implementou recentemente testes obrigatórios de gênero para todos os atletas. Essa medida visa estabelecer padrões claros de elegibilidade para competições internacionais, incluindo a Copa do Mundo de Boxe. A introdução dessas regras gerou debates intensos entre atletas e federações, especialmente porque afeta diretamente boxeadores como Imane Khelif, que já enfrentaram questões de elegibilidade no passado.

Anteriormente, a Associação Internacional de Boxe (IBA) havia desclassificado Khelif e outra atleta, Lin Yu-ting, do Mundial de 2023, alegando que ambas não passaram nos testes de elegibilidade. No entanto, com a IBA banida, o Comitê Olímpico Internacional (COI) assumiu a organização dos torneios olímpicos de boxe, aplicando regras de elegibilidade semelhantes às usadas em edições anteriores dos Jogos Olímpicos.

  • Teste Genético Obrigatório (PCR): A World Boxing, a federação internacional responsável pelo boxe olímpico desde fevereiro de 2025, implementou a exigência de um teste PCR (reação em cadeia da polimerase) para todos os boxeadores maiores de 18 anos que desejam competir em seus eventos. Este teste busca identificar a presença ou ausência do cromossomo Y, revelando o “sexo biológico” (gênero designado no nascimento).
  • Suspensão em Caso de Contestações: De acordo com a nova política, um boxeador cujo gênero seja formalmente questionado pela federação do atleta ou pela própria World Boxing, fica suspenso de competir até que realize e tenha o resultado aprovado no teste genético.
  • Contexto de Imane Khelif: Imane Khelif foi explicitamente mencionada pela World Boxing ao anunciar esta nova política. Ela foi informada de que não seria permitida a competir na Copa do Mundo de Boxe em Eindhoven (junho de 2025) até que passasse pelo teste. Essa situação levou Imane a se retirar da competição.
  • Controvérsia e Desculpas: A medida gerou grande controvérsia, especialmente por Imane Khelif ter sido publicamente nomeada no anúncio da política. A própria World Boxing, através de seu presidente, Boris van der Vorst, pediu desculpas à Federação Argelina de Boxe e à própria Imane Khelif pela exposição e por não ter protegido sua privacidade.
  • Diferença em relação a outras entidades: É importante notar que, em Jogos Olímpicos anteriores (como Paris 2024), o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu a participação de Khelif com base em seu passaporte feminino, sem exigir testes biológicos. A World Boxing, no entanto, busca garantir “um campo de jogo nivelado e seguro” para homens e mulheres através desses exames genéticos.
  • Objetivo da Regra: A World Boxing justifica a imposição dos exames como uma forma de assegurar a integridade dos eventos de boxe, a saúde dos atletas e a justiça nas competições.

Como a nova política de testes de gênero afeta os atletas?

A implementação de testes obrigatórios de gênero pela World Boxing tem implicações significativas para os atletas. Em primeiro lugar, essa política busca garantir a equidade nas competições, mas também levanta questões sobre privacidade e direitos dos atletas. A exigência de passar por testes de gênero pode ser vista como uma invasão à privacidade pessoal, gerando desconforto e resistência entre os competidores.

Além disso, a política pode impactar a carreira de atletas que já conquistaram títulos importantes, como Imane Khelif. A boxeadora, que planejava defender sua medalha de ouro nos Jogos de Los Angeles em 2028, agora enfrenta incertezas sobre sua elegibilidade futura. A situação de Khelif destaca a necessidade de um equilíbrio entre a criação de regras justas e a proteção dos direitos dos atletas.

Qual é o futuro do boxe feminino?

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Imane Khelif | إيمان خليف 🇩🇿 (@imane_khelif_10)

O futuro do boxe feminino sob as novas regras de elegibilidade de gênero ainda é incerto. A World Boxing, recentemente aprovada provisoriamente como organizadora do boxe nos Jogos de Los Angeles-2028, enfrenta pressão para criar padrões que sejam justos e inclusivos. A reação de boxeadores e federações a essas mudanças será crucial para determinar como o esporte evoluirá nos próximos anos.

Imane Khelif, assim como outras atletas, continua a ser uma figura central nesse debate. Sua experiência e desafios enfrentados podem servir como um catalisador para discussões mais amplas sobre igualdade de gênero e direitos dos atletas no esporte. A maneira como essas questões serão abordadas pode definir o caminho para o boxe feminino e influenciar políticas esportivas em outras modalidades.

O post Imane Khelif desiste de torneio após pedido de teste; entenda o caso apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.