Inclusão financeira: como o físico e o digital vão coexistir no Brasil do Pix e do Drex

tecban

A transformação digital dos meios de pagamento no Brasil avança rapidamente, mas não elimina — ainda — a importância do dinheiro físico. Essa convivência entre dois mundos é, segundo Patricio Santelices, CEO da TecBan, uma das grandes questões da infraestrutura financeira nacional.

“O nosso negócio está justo onde se encontra o digital com o físico”, disse Santelices em entrevista ao programa Mercado & Beyond, da BM&C News. Segundo ele, embora o dinheiro em espécie esteja em queda — em algumas regiões, recuando a dois dígitos ao ano —, sua relevância ainda é evidente em parte do país. “No Norte e Nordeste, mais de 60% das compras em supermercados ainda são feitas com dinheiro físico. Em São Paulo, esse número não chega a 11%”, comparou.

Com a popularização do Pix e o avanço de tecnologias como o Drex e o Open Finance, a tendência é que a digitalização ganhe ainda mais tração. Mas, para Santelices, isso exige preparo técnico e uma abordagem inclusiva. “A digitalização é muito potente e boa para a inclusão. Mas só será transformadora se for acompanhada de infraestrutura capaz de alcançar todas as realidades do Brasil.”

A TecBan, que opera a rede Banco24Horas, é hoje um dos principais pontos de contato entre cidadãos e o sistema financeiro. Segundo o executivo, a empresa atende 30 milhões de pessoas por mês. “Esse número mostra a relevância de manter uma rede presencial, mesmo em um país cada vez mais digitalizado.”

Santelices também vê riscos em uma visão exclusivamente digital. “Não gostamos do discurso apocalíptico de que o dinheiro vai acabar. Não dá para apostar em um único futuro. A exclusão digital é real. Nosso papel é garantir que o acesso aos serviços financeiros continue existindo, seja qual for o meio.”

Para ele, o Brasil é referência global em inovação bancária, mas deve olhar com atenção para sua diversidade. “O desafio é fazer com que todos possam transacionar com segurança, seja com Pix, cartão ou dinheiro. E para isso, o modelo híbrido — que une físico e digital — ainda é o mais realista para o país.”

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