“Divórcio Econômico”: relação entre mercado e governo chega ao fim?

O economista VanDyck Silveira traçou uma analogia para descrever o momento atual entre o governo e o mercado financeiro no Brasil: “É como um divórcio emocional. Após uma grande briga, chegamos à semana de reflexão, quando as partes enfrentam a depressão e começam a encarar as consequências do rompimento.”

Segundo Silveira, o mercado iniciou o governo Lula 3 com otimismo, que ele avalia como “exagerado”, apostando em uma condução fiscal responsável. Contudo, essa confiança foi minada pela percepção de que o governo não tem comprometimento real com o equilíbrio fiscal. “Ficou claro que o governo não é sério com relação ao fiscal, e isso trará ao Brasil muito mais inflação e desvalorização do real”, avaliou o economista.

Inflação e câmbio em alerta: o custo do “divórcio”

Silveira projeta um cenário inflacionário preocupante para os próximos anos. “Podemos terminar 2026 com a inflação na casa dos 10%. Esse é um movimento oposto ao resto do mundo, que está fazendo o dever de casa enquanto nós insistimos em erros fiscais.”

No câmbio, a situação não é diferente. “Com essa política fiscal desordenada, o dólar pode superar os R$ 6 e estabelecer um novo câmbio de equilíbrio, algo acima desse patamar. Isso pressiona ainda mais a economia brasileira.”

Impacto na bolsa e investimentos

O economista também prevê uma reação negativa do mercado financeiro nesta semana, especialmente na bolsa de valores. “Os investidores já perceberam o desinteresse do governo em construir um projeto equilibrado para o país. Isso cria incertezas que afetam tanto a confiança quanto os retornos no mercado acionário”, destacou.

SilveIra também fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT). “Um dos maiores problemas do PT e do próprio Lula é a arrogância, a mania de se achar moralmente superior a quem fala de mercado ou economia. Quando na verdade, não são superiores a ninguém, e a Lava Jato revelou muito sobre isso.” Ele também criticou a falta de humildade do governo em reconhecer os erros na condução fiscal, apontando para a ausência de um projeto que proteja efetivamente os mais vulneráveis. “O governo parece mais preocupado com retórica política do que com um plano real de estabilidade econômica.”

A comparação do “divórcio”

Para Silveira, a atual fase de desgaste entre governo e mercado se assemelha ao momento pós-briga em um divórcio. “Após o rompimento emocional, vem a fadiga, a depressão e a reflexão sobre o que foi feito. Essa semana é exatamente isso: o mercado lidando com a descoberta de que confiou em quem não merecia essa confiança.”

O economista finalizou sua análise com um alerta. “O Brasil patinará muito nos próximos anos. Com inflação crescente, câmbio desvalorizado e juros elevados, o custo do rompimento com o mercado será alto, e o maior impacto será sentido pelas pessoas mais vulneráveis, que dependem de estabilidade para viver melhor.”

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