Airbnb diz que reembolsou hóspede brasileira assaltada na França; vítima nega ter recebido suporte


Marcela e as amigas tiveram o apartamento invadido por sete homens, que roubaram parte de seus pertences, celulares e dinheiro. Ela foi vítima de tentativa de estupro, e uma das amigas foi agredida. Maquiadora brasileira denunciou ter sofrido assalto e tentativa de estupro em Paris
Arquivo pessoal
O Airbnb, que administra a locação temporária de imóveis, informou, nesta quinta-feira (5), que reembolsou integralmente a brasileira que teve o apartamento invadido por sete homens em Paris, na França. Ela foi vítima de tentativa de estupro, e uma amiga, que estava hospedada no mesmo local, sofreu agressões físicas.
A empresa disse que “continua a oferecer suporte à hóspede”, sem detalhar as medidas adotadas. Informou também que Central de Ajuda do Airbnb está disponível 24 horas, 7 dias por semana, para ajudar hóspedes e anfitriões.
A vítima, Marcela Carvalho, nega. Ela afirmou que apenas recebeu um e-mail, na quarta-feira (4), informando sobre o reembolso e que não há suporte por parte da empresa.
“Eles não prestaram no dia nenhum tipo de socorro. Essa central de ajuda me disse que não poderia resolver este tipo de caso, apenas a central de segurança. Essa central de segurança só entrou em contato após três dias. Houve um jogo de empurra entre as centrais, e o problema não foi resolvido. De fato ontem eu recebi um e-mail falando do reembolso, mas o dinheiro ainda não foi depositado”, falou.
Marcela Carvalho conta que viveu momentos ‘desesperadores’ em Paris (crédito: Instagram/ Reprodução)
A maquiadora vai entrar na Justiça. A advogada Fabiana Teixeira, que faz a defesa de Marcela, informou que vai mover ações contra a empresa Airbnb e o governo brasileiro.
“Inicialmente, pensamos em entrar apenas com a ação indenizatória em desfavor tanto do Airbnb quanto do Consulado e da Embaixada. Estou analisando outras possibilidades em face do descaso da Polícia Francesa e da forma como a Marcela e as amigas foram tratadas. Mas, inicialmente, ela precisa de um suporte para seus danos materiais e morais”, disse a advogada Fabiana Teixeira.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty e a Polícia Francesa, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Marcela Carvalho é maquiadora e natural de Minas Gerais
Arquivo pessoal
Relembre o caso
Marcela Carvalho ficou hospedada na capital francesa com outras duas amigas em um apartamento negociado pela empresa Airbnb. No dia 16 de novembro, sete homens armados invadiram o local. No momento do crime, ela estava acompanhada de apenas uma das amigas.
Malas, roupas, cartões, celulares e aproximadamente 900 euros – cerca de R$ 6 mil – foram roubados.
A amiga sofreu agressões físicas de um dos assaltantes. Já Marcela conta que foi vítima de tentativa de estupro. Quando um assaltante rasgou a calça dela, o interfone tocou várias vezes. Era a terceira amiga chegando ao apartamento. Os homens se assustaram e fugiram com parte dos pertences. A amiga encontrou com os assaltantes descendo as escadas com malas e bolsas.
As vítimas saíram da casa e foram até a estação de metrô mais próxima para pedir ajuda. Uma mulher viu a situação do trio e acionou a polícia. As jovens foram levadas para a delegacia por volta das 21h e lá ficaram até as 8h do dia seguinte.
Agentes da polícia francesa foram ao apartamento para coletar informações sobre os envolvidos no crime.
Brasileira denuncia que teve apartamento invadido em Paris
Arquivo pessoal
Expulsão
As mulheres foram liberadas do depoimento e retornaram ao apartamento. Horas depois, a polícia foi até lá e convocou as vítimas para exames de corpo de delito.
Quando chegaram de volta, o proprietário do apartamento expulsou as jovens e cancelou a reserva, alegando que a decisão foi tomada por motivos de “segurança”.
Marcela disse que procurou o Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas não foi bem atendida por nenhum representante.
Desesperada, ela chegou a se ajoelhar e pedir ao segurança que a deixasse ficar no local até que alguém prestasse assistência, já que estava sem celular, dinheiro e formas de fazer contato com seus familiares no Brasil.
“Quando isso aconteceu, eles [do Consulado] ameaçaram chamar a polícia para mim”, afirmou.
Marcela, então, decidiu voltar para o Brasil. A equipe do Consulado emprestou um telefone para que ela conseguisse falar com a família. Outros brasileiros que viram as jovens buscando ajuda se solidarizaram e as auxiliaram no contato com a família.
A mineira chegou ao Brasil no último domingo (1º) e retomou as atividades no estúdio de maquiagem que administra.
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