Mulheres recorrem à técnica para bebês terem duas mães

Ariele de Jesus e Taysa Rodrigues com os filhos Bernardo, 9 anos, e Bento, 9 meses, que foi gerado pelo método Recepção de Óvulos de Parceira

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Kadidja Fernandes/AT

Quando se conheceram, as empresárias Ariele de Jesus, 36, e Taysa Rodrigues, 26, compartilharam o desejo de realizar um sonho: viver o processo de uma maternidade homoafetiva. O fortalecimento da conexão familiar e a experiência de viver uma gestação encantavam as jovens. Com o início do relacionamento, Ariele ganhou um filho de coração, Bernardo, de 9 anos, fruto de um relacionamento anterior de Taysa. As esposas passaram a planejar a gravidez, e o sonho de um novo membro para a família Rodrigues de Jesus se tornou possível.Juntas, elas buscaram uma clínica de reprodução humana e fizeram uma fertilização in vitro (FIV) pelo método Recepção de Óvulos de Parceira (ROP), exclusivo para casais de mulheres, em que uma parceira fornece os óvulos para a outra gestar. Taysa engravidou com os óvulos de Ariele. O bebê, Bento, de 9 meses, é o xodó das mães e do irmão, Bernardo. Ariele conta o significado da realização de um sonho tão íntimo e significativo para a família. “Hoje entendemos que a nossa existência é válida e completa na composição familiar. Nos casamos, constituímos uma família e somos mães. Ainda temos de lutar por igualdade na sociedade, mas a ciência nos permite realizar os nossos sonhos, antes de qualquer briga”. Agora, as mães querem aumentar a família. “Estamos nos preparando para a segunda gravidez juntas. Construir uma família e ensinar bons costumes aos nossos filhos, como respeito ao próximo e o valor do trabalho, é algo que nos emociona. Vivemos a melhor fase da vida em família”, revela Taysa.Procura Cada vez mais casais homoafetivos femininos desejam viver a emoção da maternidade em dose dupla. O médico Welington Balla, ginecologista com atuação na área de reprodução humana da Biofert, explica como funciona o método ROPA. “Após marcar a consulta, o casal homoafetivo define quem ficará grávida, ou seja, quem será a gestante. Elas adquirem espermatozoides em bancos de sêmen no Brasil e o enviam para a clínica”. A ginecologista Vickie White destaca ainda que o método proporciona uma experiência afetiva ainda mais especial para a família. “O método ROPA fortalece a conexão entre as duas mães e o bebê, fazendo com que as parceiras tenham um papel essencial nessa jornada de amor”.

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