URGENTE – Líder da Chechênia pede para Putin destituí-lo

O líder checheno Ramzan Kadyrov o carrascos da Chechênia solicitou a Vladimir Putin sua destituição do Poder segundo a imprensa de Moscou

Redação DefesaNet
Moscow Times
06 Maio 2025

O líder checheno Ramzan Kadyrov disse que está pedindo novamente para ser destituído do cargo, alimentando especulações sobre o futuro de seu governo de quase duas décadas na região de maioria muçulmana do Cáucaso do Norte.

“Eu também ouvi esses rumores. Eles escrevem todo tipo de coisa”, disse Kadyrov ao veículo regional Chechnya Today, quando questionado sobre notícias recentes na mídia de que ele poderia renunciar em breve.

“Pelo contrário, eu mesmo estou pedindo para ser destituído do meu cargo. Que meu substituto traga suas próprias ideias e visões. Espero que meu pedido seja atendido”, disse ele na entrevista, publicada na segunda-feira.

Não ficou claro se o político de 48 anos estava falando a sério. Kadyrov fez comentários semelhantes sobre sua renúncia diversas vezes na última década, às vezes em meio a relatos de sua saúde deteriorada.

Na terça-feira (06MAIO2025), ele pareceu recuar da sugestão mais recente de que poderia renunciar.

“Não importa o quanto eu peça, só o nosso Comandante Supremo, o presidente russo Vladimir Vladimirovich Putin, decide”, escreveu Kadyrov no Telegram. “Sou um soldado de infantaria! Sou um jogador de equipe. Se me derem ordens, eu as sigo.”

Alguns especialistas acreditam que a conversa sobre a renúncia de Kadyrov provavelmente visa mais garantir maior apoio orçamentário do governo central em Moscou do que sinalizar um desejo genuíno de deixar o cargo.

“Ah, aconteceu de novo. Kadyrov já pediu para renunciar no passado, principalmente como forma de pedir mais apoio de Moscou”, escreveu o analista político russo Ivan U. Klyszcz, pesquisador do Centro Internacional de Defesa e Segurança em Tallinn.

Kadyrov foi nomeado por Putin em 2007, após o assassinato de seu pai e antecessor, Akhmat Kadyrov. Inicialmente, ele lutou contra as forças russas na primeira guerra da Chechênia, antes de mudar de lado na segunda e ascender na hierarquia de Moscou.

As recentes manobras políticas do líder checheno, incluindo a remoção de sua filha Aishat do cargo de vice-primeira-ministra da Chechênia e a transferência de ativos comerciais para familiares, alimentaram ainda mais as especulações de que ele pode estar se preparando para deixar o cargo de governante da região do Cáucaso do Norte.

Quem é Kadyrov

Crítica de Putin e assassinada em Moscou, em 2006, a jornalista russa Anna Politkovskaya costumava referir-se a Ramzan Kadyrov, o presidente checheno pró-Putin, como o “Stalin dos nossos tempos”. Ele cultiva a reputação sanguinária de líder autoritário em vídeos postados nas redes sociais: está ligado a execuções, ao uso de torturas e a um leque de violações de direitos humanos, além de uma ferrenha campanha contra os direitos dos homossexuais.

Assim que as forças russas atacaram a Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kadyrov anunciou que lideraria uma tropa de combatentes chechenos a caminho de Kiev para mostrar lealdade ao presidente russo na sua odisseia para a “desnazificação” do país. “Nós não vamos decepcionar você. Seguiremos qualquer ordem”, proclamou à TV estatal.

O número de combatentes chechenos recrutados variava entre 10 mil e 70 mil, claramente superestimados, num indício de que a adesão à guerra de Putin poderia ser mais um instrumento de propaganda do que realidade. Surgiram imagens de forças especiais hasteando a bandeira chechena na cidade de Hostomel, a 16 km de Kiev.

Adam Kadyrov filho de Ramzan Kadyrov segundo a propaganda do regime teria sido enviado para lutar na Ucrânia na Operação Especial de Moscou

Senhor da guerra, Kadyrov chefia desde 2006 a Chechênia, uma pequena república muçulmana no norte do Caúcaso. Herdou o cargo do pai, Akhmat, nomeado líder pela Rússia em 2000, após duas guerras sangrentas na Chechênia. Ele lutou primeiro pela independência. Depois, mudou de lado. Foi assassinado quatro anos depois, num atentado suicida em Grozny.

O filho Ramzan assumiu o poder e vem se beneficiando de transferências de investimentos federais, que representam a maior parte do orçamento da república. Se a jornalista Anna Politkovskaya, a quem considerava inimiga ferrenha, comparou Kadyrov filho a Stalin, ele se autoproclama “um patriota, um soldado de infantaria do presidente da Rússia, Vladimir Putin”.

A presença do batalhão Kadyrovtsk, como é conhecida a sua milícia, no teatro da guerra supunha mais perversidade e selvageria nos combates. Há relatos, confirmados pelo governo ucraniano, de que o grupo atentaria contra a vida de Zelensky e sua família.

Kadyrov alardeou estar frustrado com o ritmo do avanço da Rússia e insistia em implementar táticas mais ferozes à guerra de Putin. Mandou recados para o presidente da Ucrânia e agiu em nome do presidente russo. “Zelensky, se você confia na Rússia e está pronto para o diálogo, estou pronto para me encontrar com você e pedir pessoalmente ao presidente russo Vladimir Putin que lhe dê asilo. Aproveite sua única chance.”

A resistência ucraniana, no entanto, vem infligindo golpes a seu batalhão. O primeiro deles foi uma emboscada que deixou 70 mortos, entre eles o general Magomed Tushayev, braço direito do líder checheno e acusado de implementar torturas e execuções a membros da comunidade LGBTQ+.

No campo de batalha, seus homens se revelaram mal equipados e despreparados. Para piorar o quadro, os adversários ucranianos receberam o apoio de inimigos internos – combatentes que lutaram contra a Rússia nas duas guerras Chechênia e já haviam apoiado a Ucrânia durante a anexação da Crimeia, em 2014.

A guerra psicológica promovida por Moscou com imagens de combatentes chechenos com o intuito de aterrorizar os ucranianos não parece surtir o efeito desejado, nem para Putin nem para Kadyrov. Até agora, não passou de bravata.

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