Inflação descontrolada no Brasil contra desinflação global: o que esperar?

A economia brasileira enfrenta um desafio inflacionário crescente, enquanto o mundo experimenta uma fase de desinflação, apesar dos conflitos geopolíticos que afetam os preços globais do petróleo. No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou recentemente o teto da meta, registrando um alarmante 4,55%, acima do limite de 4,50% estabelecido.

Desinflação Global X Inflação no Brasil

“No contexto global, estamos vendo um movimento de desinflação, evidenciado pelos preços do petróleo que alcançaram cerca de 70 a 75 dólares, caindo significativamente esta manhã”, menciona Volnei Eyng, CEO da Multiplique. Este fenômeno contrasta fortemente com a realidade brasileira, onde a inflação tem mostrado uma tendência assustadora de aceleração.

“Acredita-se que, passadas as eleições, veremos alguns cortes de custos que deverão acalmar a situação da inflação no Brasil”, explicou Eyng, destacando a influência dos ciclos políticos nos movimentos econômicos do país. Essa expectativa se alinha com as previsões de que o governo poderá realizar ajustes que impactem diretamente na redução da inflação.

Perspectivas do Banco Central e Mercado Financeiro

A próxima reunião do Banco Central brasileiro parece ser crucial, com expectativas de um aumento gradual das taxas de juros para conter a inflação. “Esse aumento gradual deve começar a acalmar as coisas”, aponta Volnei , indicando uma abordagem cuidadosa para evitar agitações no mercado.

O mercado de crédito brasileiro tem sido afetado pelas taxas de juros mais altas. “Vimos um movimento de alta no juro longo, colocando pressão nas construtoras e nos bancos para aumentar o valor do crédito”, explicou o CEO da Multiplique. Apesar dos desafios de 2023, há sinais de recuperação em 2024 com a concessão de crédito mostrando sinais de crescimento e uma inadimplência controlada.

“O Brasil, após a pandemia, estava um passo à frente, reduzindo a taxa de juros antes do resto do mundo e agora começa a acelerar um pouco, mas mantendo a economia aquecida”, conclui Volnei. Com o PIB crescendo bem, o país tem uma boa perspectiva para este e o próximo ano.

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