Mercado teme repetição de gastos eleitorais e alerta para deterioração fiscal em 2025

O mercado financeiro brasileiro volta a demonstrar preocupação com o cenário fiscal, em meio ao otimismo momentâneo impulsionado pela valorização da Bolsa e pela leve desvalorização do dólar. Para o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, o risco está em subestimar a fragilidade estrutural das contas públicas diante do aumento de gastos anunciados pelo governo, sem contrapartidas efetivas.

É um ponto relevante. Quando olhamos para o histórico dos últimos governos em anos eleitorais, é de se esperar uma deterioração fiscal. Em 2014, a presidente Dilma gastou cerca de 3,1% do PIB. Já Bolsonaro, em 2022, gastou 0,2%. Agora, a tendência é que o governo Lula repita esse padrão”, afirmou Cruz.

Segundo o estrategista, medidas recentes como a expansão do Minha Casa Minha Vida, a criação de nova faixa de benefícios, programas de reformas residenciais e aumento no auxílio gás indicam uma política fiscal expansionista, mesmo após promessas de contenção.

Fiscal no radar: projeções indicam 2025 como ano de agravamento

Cruz ressalta que o mercado já começa a precificar uma piora das contas públicas para o próximo ano, com foco na tentativa de reeleição do presidente. A possibilidade de ajustes mais profundos ficou adiada para 2027 — o que, na avaliação do analista, agrava a percepção de risco.

Esse ano poderia ser usado para avançar com reformas estruturantes. Mas começamos com a crise do Pix, depois vieram os problemas no INSS, e temas como a reforma da previdência militar e o fim dos supersalários foram esquecidos”, aponta.

Falta de controle de gastos preocupa investidores

Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha negado a existência de um pacote de aumento de gastos, as ações do governo seguem outro rumo. “A fala é uma, mas os anúncios indicam outra direção. As medidas que poderiam conter gastos estão paradas, enquanto os programas com impacto fiscal continuam a ser lançados”, afirmou Cruz.

O estrategista destaca que o mercado enxerga essa postura como um sinal de que o controle das despesas públicas não é mais uma prioridade para o governo. “Há uma tentativa de acalmar o mercado com declarações pontuais, mas as ações falam mais alto”, conclui.

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