Palácios, igrejas e edifícios: como foi a milagrosa construção de Veneza no século V d.C.

A beleza arquitetônica de Veneza tem raízes profundas – Foto: Pixabay/Reprodução/ND

A construção de Veneza no século V d.C. é considerada um feito de engenharia histórica, capaz de manter de pé palácios, igrejas e canais sobre um terreno instável e alagado.

A beleza arquitetônica de Veneza tem raízes profundas

Como surgiu uma cidade em cima da água

No século V, fugitivos do antigo Império Romano buscavam abrigo em ilhotas pantanosas na costa do Adriático.

Sem solo firme, os primeiros venezianos recorreram à engenharia histórica para criar estruturas que pareciam impossíveis: milhares de estacas de madeira foram fincadas no solo úmido para sustentar moradias, igrejas e futuros palácios.

A base da construção de Veneza ainda resiste hoje

As estacas de madeira foram enterradas com força suficiente para alcançar uma camada rígida de argila, chamada caranto.

Milhões de estacas mantêm Veneza em pé há mais de mil anos – Foto: Revista L’Illustrazione/Reprodução/ND

Isso deu estabilidade às construções, mesmo com o passar dos séculos. A madeira – muitas vezes carvalho – não apodreceu porque ficou submersa, sem oxigênio, petrificando com o tempo.

Técnicas primitivas, resultados grandiosos

Cada suporte era cravado manualmente por trabalhadores usando marretas pesadas. Em áreas mais frágeis, múltiplas estacas eram agrupadas para dar sustentação a edifícios maiores.

A construção de Veneza foi tão engenhosa que permitiu a expansão da cidade por quase toda a lagoa.

Entre os exemplos mais impressionantes, está a fundação da igreja Santa Maria della Salute, com mais de um milhão de estacas.

Igreja Santa Maria della Salute, construída com mais de um milhão de estacas de madeira – Foto: Pixabay/Reprodução/ND

Mesmo a icônica torre de São Marcos, que desabou em 1902, foi reconstruída com base nos mesmos princípios da época medieval.

Mais de mil anos depois, a engenharia histórica empregada na construção de Veneza ainda fascina estudiosos e turistas. A cidade continua firme – e flutuante – como um dos maiores legados da engenhosidade humana.