Polêmica na Câmara de Timbó: Professor denuncia possível vídeo manipulado exibido por vereadora

A sessão desta semana da Câmara de Timbó gerou polêmica nas redes sociais apos um professor denunciar uma vereadora por exibir um vídeo possivelmente contendo informações não confirmadas sobre vacinação infantil.

O vídeo foi exibido pela vereadora Thelma Souza Lenzi (NOVO), e o professor Caleb Clarindo — ex-candidato a vereador pelo PT — usou as redes para falar sobre o caso.

A gravação mostrava uma mulher relatando que seu filho de sete anos teria ficado paraplégico após tomar a vacina contra a Covid-19.

O conteúdo foi denunciado nas redes sociais pelo professor e ativista social, que classificou o vídeo como possivelmente falso e denunciou o caso como exemplo de desinformação.

Ao Misturebas News, Caleb reforçou seu posicionamento:

“A fala, pelo menos a minha fala, é sobre a postagem fake, né? Dentro, durante a sessão. É porque aquilo foi parar no Timbó Mil Grau, e alguns vereadores já fizeram aquela desconexão básica deles, né, de falar de vacina e tal, mas o vídeo nem se trata sobre isso.

Inclusive, no final eu falo que não é sobre obrigatoriedade de vacina, nem sobre dizer que tem que vacinar ou não. É sobre a postagem falsa exibida durante uma sessão da Câmara, e isso é inaceitável.”

A exibição do vídeo ocorreu durante a sessão ordinária do dia 26 de março, no momento em que a vereadora discursava na Câmara de Timbó em defesa do direito de pais e responsáveis de não vacinarem seus filhos.

Segundo ela, mães da cidade têm procurado seu gabinete para relatar que estão sendo pressionadas a apresentar a carteira de vacinação das crianças no ato da matrícula escolar, e que, em alguns casos, teriam sido ameaçadas de denúncia ao Conselho Tutelar.

Durante sua fala na tribuna, Thelma reforçou sua posição de defesa da liberdade individual e disse estar preocupada com o que chamou de coerção por parte de servidores públicos.

A exibição do vídeo, que segundo ela serviria como exemplo de possíveis efeitos adversos da vacina, foi recebida com atenção pelos vereadores presentes, mas gerou reação nas redes sociais nos dias seguintes.

Em um vídeo publicado no Instagram, o professor Caleb Clarindo alertou para a possibilidade de o conteúdo apresentado ser manipulado.

Ele afirmou ter rastreado a origem do vídeo até uma publicação sul-africana, em que a mesma imagem do menino aparece, mas em um contexto completamente diferente, com o áudio original em outro idioma e sem qualquer menção à vacinação.

Segundo Caleb, o vídeo teria sido adulterado, com inclusão de uma narração em português e legendas que associam falsamente o quadro de saúde da criança à vacina contra a Covid-19.

“É grave. Esse tipo de conteúdo pode gerar medo, confusão e desinformação”, declarou o professor em sua publicação.

Ele destacou ainda que o ambiente da Câmara de Timbó deve ser um espaço de responsabilidade, e não de propagação de conteúdos duvidosos.

“Espero que o Legislativo tome providências e que esse tipo de atitude não se repita. A casa do povo não é lugar para desinformação.”

O vídeo de Caleb rapidamente ganhou repercussão e gerou dezenas de comentários e compartilhamentos. Inclusive, nos comentários, o presidente da Câmara Carlos Adriano Krüger, conhecido como Ito, assumiu ter sido o responsável por enviar o vídeo para a vereadora, e afirmou que vai fazer uma retratação na sessão da próxima semana.

Parte da população se mostrou preocupada com a veracidade do conteúdo exibido na Câmara, enquanto outras pessoas apoiaram a atitude da vereadora, alegando que ela apenas apresentou uma denúncia recebida de mães do município.

Até o momento, a Casa Legislativa não divulgou posicionamento institucional sobre o episódio.

A vereadora, por sua vez, se pronunciou por meio de um vídeo publicado nas redes sociais.

Na postagem, ela reforça que continuará atuando na defesa da liberdade das famílias e do direito à não vacinação.

Segundo Thelma, o vídeo foi apresentado como um exemplo de denúncias recebidas por ela, e a intenção não era afirmar nenhuma relação conclusiva entre a vacina e o quadro de saúde da criança mostrada.

“Infelizmente, muitos querem silenciar a verdade e os que lutam pelas famílias”, escreveu. Ela classificou as críticas como resultado da atuação de “esquerdistas organizados” e reiterou seu compromisso com “mães que estão sendo ameaçadas ao não vacinar seus filhos”.

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Thelma também afirmou que a Constituição garante o direito à educação independentemente da vacinação.

“Não se pode exigir carteirinha como condição para matrícula”, disse em seu discurso na tribuna. “Educação deve prevalecer. A criança tem o direito à escola, vacinada ou não.”

A discussão sobre vacinação e matrículas escolares ganhou força nos últimos anos, especialmente com o avanço de campanhas contra a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19.

O Ministério da Saúde recomenda a imunização e inclui a vacina no calendário vacinal infantil, mas a obrigatoriedade da apresentação do comprovante varia conforme os estados e municípios.

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