Em greve de fome, Glauber Braga dorme no plenário da Câmara

Apoiadores participaram de um ato ecumênico, nesta quinta (10), ao lado do deputado Glauber BragaReprodução/redes sociais

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) dormiu a última noite no plenário 5 da Câmara dos Deputados

O deputado permanece em greve de fome, conforme anunciou durante a tumultuada sessão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que aprovou a recomendação da cassação do seu mandato por quebra de decoro.

Durante os gritos de seus apoiadores e de parlamentares que defendiam o parecer, Braga pediu a palavra para anunciar que permaneceria no plenário e em greve de fome, até o fim do processo que vai decidir o futuro do seu mandato. Ele disse que não havia se alimentado desde a manhã da quarta-feira (9) e dessa forma permaneceria.

Encerrada a votação, com a aprovação do parecer, o deputado ficou no plenário. Ele está tomando água e isotônico, segundo a sua assessoria, e teve a pressão arterial, que está normal, aferida por um médico.

Aliados e familiares circularam pelo plenário 5 nesta tarde, entre eles sua esposa, a também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que levou o filho do casal para visitar Glauber.

Também foi realizada um ato ecumênico esta tarde, no plenário ocupado pelo deputado.

A denúncia de quebra de decoro

Glauber Braga está sendo acusado de quebra de decoro por supostamente agredir com chutes e empurrões Gabriel Costenaro, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma manifestação em defesa dos motoristas de aplicativo. A acusação partiu do partido Novo, que apresentou a denúncia.

Braga argumenta que Costenaro ofendeu sua mãe e, por isso, ele teria reagido.

O deputado e seus aliados alegam que ele está sendo perseguido politicamente pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), em parceria com o relator do processo, Paulo Magalhães (PSD/BA). Ambos negam as acusações.

“A decisão do conselho é uma demonstração explícita de perseguição, É absolutamente desproporcional a pena da perda do mandato, afinal de contas, nós temos parlamentares aqui, um deles, Chiquinho Brazão, que se encontra preso desde o ano passado, que assassinou, foi o mandante do assassinato da Marielle Franco, e que até hoje o Plenário da Câmara não teve a dignidade de votar a sua cassação. E agora, o Glauber, que reagiu diante de uma provocação, para defender sua mãe, está tendo a pena máxima, que é de cassação e de oito anos de ineligibilidade. Isso é muito grave”, declarou a deputada Sâmia, em entrevista coletiva nesta tarde, postada em suas redes sociais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.