GSI aumenta câmeras no Planalto e planeja instalar vidros blindados; ações foram ‘aceleradas’ após 8/1


Sistema de videomonitoramento do Planalto passou de 44 para 348 câmeras, das quais 23 com tecnologia de reconhecimento facial. GSI planeja licitação para instalar vidros blindados no térreo. Fachada do Palácio do Planalto
Roberto Stuckert Filho/PR
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ampliou de 44 para 348 o número de câmeras de monitoramento no Palácio do Planalto e aguarda a liberação de recursos para instalar vidros blindados no térreo do prédio, que é a sede administrativa da Presidência da República.
Segundo o general Marcos Antonio Amaro dos Santos, ministro do GSI, as melhorias na segurança do Planalto e das demais instalações presidenciais foram “aceleradas” após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes.
“Por causa do 8 de janeiro essas mudanças, essas novas ações e medidas estão sendo mais bem compreendidas a sua necessidade e sendo aceleradas. Acho que esses eventos contribuíram para aumentar essa percepção da necessidade de melhorarmos a segurança”, declarou Amaro a jornalistas.
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O GSI é um dos 38 ministérios do governo federal. A pasta é responsável pela segurança do presidente da República e do vice, das famílias dessas autoridades e das instalações presidenciais, como os palácios do Planalto, Alvorada e Jaburu.
Amaro informou que houve aumento de 59,4% no efetivo do GSI desde maio de 2023, quando ele assumiu o ministério. Também houve aumento dos efetivos utilizados nos turnos de trabalho nos trabalhos.
Sistema de videomonitoramento
O GSI contratou a instalação de um novo sistema de videomonitoramento para o Planalto e demais instalações presidenciais — Palácio da Alvorada (residência do presidente), Palácio do Jaburu (residência do vice-presidente), Granja do Torto (casa de verão da Presidência), um pavilhão e um prédio anexo ao Planalto usado pela pasta.
“É uma preocupação e um cuidado permanente que nós temos em estar sempre buscando melhorar a segurança. A ampliação do número de câmeras é para monitorar e registrar os fatos até para apurar posteriormente as responsabilidades”, afirmou o ministro Amaro.
Segundo o GSI, o sistema anterior, utilizado à época do ataque de 8 de janeiro de 2023, era composto por 68 câmeras, que não tinham tecnologia de reconhecimento facial.
O novo sistema, com custo de R$ 8,5 milhões, terá 708 câmeras espalhadas pelas instalações presidenciais, sendo 348 no Planalto, que já estão em funcionamento. A conclusão da instalação das demais câmeras deve ser finalizada em 2025.
➡️O novo sistema contará com 40 câmeras que fazem reconhecimento facial, das quais 23 ficam no Planalto.
➡️O GSI firmará convênios com órgãos de segurança para ter acesso a bancos de dados a fim de ampliar a capacidade de identificar possíveis ameaças à segurança dos espaços.
Vidros blindados
O general Ricardo Peixoto, secretário de Segurança Presidencial do GSI, afirmou que a instalação de vidros blindados no térreo do Planalto depende da liberação de recursos para que seja feita a licitação que escolherá a empresa responsável pela obra.
“A gente vai sempre procurando se ajustar dentro das possibilidades. A blindagem dos vidros do piso térreo, é um cuidado a mais. Ele resolve todos os problemas? Não resolve todos os problemas. É um cuidado a mais. Os invasores [de 8/01] não entraram pelas portas abertas, elas entraram pelos vidros quebrados. É uma segurança a mais”, afirmou Amaro.
Atualmente, somente os vidros do gabinete do presidente, localizado no terceiro dos quatro andares do palácio, são blindados. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Planalto não possui paredes externas de alvenaria. Essas paredes são de vidro, sustentados por estruturas metálicas.
A estimativa de custo para substituir os vidros do térreo fica na faixa de R$ 14 milhões e a instalação deve levar cerca de seis meses, já que será preciso substituir esquadrias e outras estruturas a fim de suportar o peso dos novos vidros.
Segundo o GSI, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já concordou com a obra.
Guaritas
O GSI também executa a reforma de guaritas de identificação dos palácios. No momento, estão em construção novas estruturas no Alvorada e na Granja do Torto, porém também há previsão de substituir a guarita que fica na entrada do estacionamento do Planalto.
A obra, segundo o GSI, permitirá que a identificação dos visitantes e servidores que entram no palácio seja feita na nova estrutura. Atualmente, esse serviço é concluído na entrada do hall principal do térreo, abaixo da rampa do palácio, onde estão instalados detectores de metais.
Pavilhão para abrigar tropa
Amaro também informou que está em construção um galpão multiuso em um complexo anexo ao Planalto, que já é utilizado pelo GSI.
O espaço, que deve ser concluído em 2025 e foi projetado antes do ataque de 8 de janeiro, abrigará tropa que poderá ser utilizada imediatamente em caso de ameaças de segurança.
Segundo Amaro, no dia do ato extremista havia um pelotão no Planalto, com cerca de 35 homens. Após o ataque, houve reforço na segurança. Atualmente, o “mínimo” a ser empregado é uma companhia, que reúne de 100 a 110 militares, tropa que poderá utilizar o pavilhão.
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