Presidente do Chile nega acusação de assédio sexual

Gabriel Boric é alvo de uma denúncia de assédio sexual

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ESTEBAN FELIX/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente do Chile, Gabriel Boric, é alvo de uma denúncia de assédio sexual que está em investigação no Ministério Público do país. O líder “nega categoricamente” ter cometido qualquer crime.O caso veio à tona na noite de segunda-feira (25). Os acontecimentos remontam a julho de 2013, quando Boric –à época com 27 anos– estudava direito na cidade de Punta Arenas, no extremo sul chileno. Foi lá que ele conheceu a mulher que hoje o acusa de assédio sexual e de divulgar materiais íntimos, segundo a denúncia apresentada às autoridades em 6 de setembro.Advogado do presidente, Jonatan Valenzuela afirma que Boric, na verdade, é a vítima. Ele rechaça as acusações, diz que o líder vem sendo assediado desde que assumiu a Presidência e que provas de sua inocência teriam sido entregues à Justiça. “Meu cliente nunca teve um relacionamento afetivo ou amigável com ela [autora da denúncia]. Eles não se comunicam desde julho de 2014”, afirmou.Ainda de acordo com o advogado, a equipe jurídica do presidente tomou conhecimento da ação ao fazer a revisão periódica de processos que “possam ter relevância nas diversas esferas públicas”. Então, decidiu torná-la pública na noite de segunda.Cristián Crisosto, chefe do Ministério Público da região de Magallanes, confirmou que “existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados”. Uma equipe especial foi mobilizada para a investigação, acrescentou ele, que se absteve de informar mais detalhes do caso.A denúncia contra Boric vem à tona em um momento em que o seu governo enfrenta um escândalo devido às acusações de abuso sexual e estupro feitas contra o ex-subsecretário de Segurança e Interior, Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva há uma semana.Na campanha para sua eleição em 2021, Boric foi acusado de outro suposto assédio sexual, também negado por ele à época. A denúncia nunca foi investigada criminalmente.Boric, que em 2026 completará seu mandato de quatro anos sem direito à reeleição imediata, tem foro especial. Para que o processo contra ele avance, a Justiça teria de aprovar primeiro a cassação de sua imunidade presidencial.Não há indicativos de que a denúncia contra Boric tenha provocado algum tipo de impacto na popularidade do presidente. No mês passado, a coalizão de esquerda da qual ele pertence sofreu derrota parcial nas eleições locais —votação que é considerada um termômetro para o pleito que definirá o próximo líder do país sul-americano. Embora a direita tradicional tenha registrado crescimento, a oposição teve vitória menos expressiva do que os analistas esperavam.

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