Ana Paula Minerato pede desculpa por ataque racista e diz que vivia relacionamento abusivo


Na noite de domingo (24), áudios da modelo que foram enviados ao namorado vazaram nas redes sociais. Neles, a ex-musa da Gaviões da Fiel chamou a cantora Ananda, da banda Melanina Carioca, de “empregada de cabelo duro” e “neguinha”. Ana Paula Minerato fala sobre acusação de racismo nas redes sociais
A modelo Ana Paula Minerato pediu desculpa pelo ataque racista contra a cantora Ananda, da banda Melanina Carioca, durante live no Instagram nesta terça-feira (26). A ex-musa da Gaviões da Fiel também disse que vivia um relacionamento abusivo com o rapper KT Gomez.
Na noite de domingo (24), áudios da modelo que foram enviados ao namorado vazaram nas redes sociais. Neles, ela chamava a cantora de “empregada de cabelo duro” e “neguinha”.
Na live de quase cinco minutos, Minerato aparece chorando e confirma a autoria dos áudios com as falas racistas.
“Eu estou muito mal, porque eu sei que foi algo horrível. Até quero pedir desculpa para todo mundo que se sentiu ofendido, porque realmente foi uma ofensa a uma pessoa que eu nem conheço. Então eu quero muito pedir desculpa para todo mundo, quero pedir desculpa pra Ananda, pedir desculpa de verdade, deixar aqui registrado o meu pedido de perdão”.
Durante o vídeo, a modelo também relata que, durante os últimos meses, viveu um relacionamento “muito tóxico” e abusivo com o rapper KT Gomez, onde foi manipulada e “apanhou psicologicamente”.
“Eu tentei por muitas vezes sair dessa relação, só que eu tinha medo também me afastar e acontecer o pior. Então, por esse medo, eu ficava perto para poder vigiar se ele ia fazer alguma coisa contra mim e ele fez, tanto que ele fez”, justificou a modelo.
Ana Paula Minerato chora em live e pedi desculpa por falas racistas
Reprodução
Nesta terça, o músico também se pronunciou nas redes sociais e explicou que os áudios foram gravados no mês de setembro, além de repudiar as falas racistas de Ana Paula.
Em nota, o escritório de advocacia Kupper, responsável pela defesa do artista, negou envolvimento dele com o vazamento. “As alegações feitas em redes sociais são infundadas e absolutamente desprovidas de provas. Até o momento, não foi apresentada qualquer evidência que vincule nosso cliente à divulgação do referido material.”
Demissão
Depois da repercussão do caso, a Gaviões da Fiel desligou Ana Paula de todas as atividades da escola de samba da torcida organizada. A modelo estava escalada para ser um dos destaques da escola ao lado da rainha de bateria Sabrina Sato em 2025.
“Reforçamos que o combate ao racismo é uma luta permanente do Gaviões da Fiel, que se posiciona de forma intransigente contra qualquer atitude discriminatória. Não toleramos comportamentos que desrespeitem a igualdade e a dignidade humana, pilares fundamentais do nosso compromisso com a sociedade”, disse a Gaviões da Fiel em nota.
A rádio Band FM, onde a modelo apresentava um programa diário desde 2018, também a demitiu.
“Reforçamos que o combate ao racismo é uma luta permanente do Gaviões da Fiel, que se posiciona de forma intransigente contra qualquer atitude discriminatória. Não toleramos comportamentos que desrespeitem a igualdade e a dignidade humana, pilares fundamentais do nosso compromisso com a sociedade”, disse a Gaviões da Fiel em nota.
A rádio Band FM, onde a modelo apresentava um programa diário desde 2018, também a demitiu.
Desfile em 2022
Ana Paula Minerato no Carnaval da Gaviões da Fiel
Reprodução/Redes sociais
Em 2022, Minerato desfilou pela Gaviões da Fiel, do Grupo Especial, quando o samba-enredo da escola abordou a desigualdade social. A escravidão no Brasil foi um dos assuntos citados na letra, que discutia o papel dos senhores de engenho que enriqueceram por meio do trabalho de homens e mulheres escravizados.
A modelo vestia uma roupa com a palavra “Basta” estampada, pois era o título do samba-enredo.
Processo administrativo
A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania ainda abriu nesta segunda um procedimento administrativo para apurar o vazamento do áudio pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN).
O procedimento instaurado contra a modelo, de natureza administrativa, tem como fundamento a Lei Estadual 14.187/2010, sancionada pelo então governador Alberto Goldman (1937/2019) e que regulamenta os processos administrativos por discriminação racial em São Paulo.
Esse tipo de processo administrativo tramita na Secretaria da Justiça e Cidadania. A pena vai de advertência a multa. O valor da penalidade varia de R$ 17.680,00 a R$ 106.080,00.
De acordo com o órgão, além do procedimento instaurado nesta segunda-feira, a sua Coordenadoria de Políticas para a População Negra “está à disposição da vítima, oferecendo acolhimento e orientação necessárias”.
👉 Dados da Secretaria da Justiça e da Cidadania obtidos com exclusividade pela GloboNews apontam que, entre janeiro e outubro deste ano, o órgão recebeu 279 denúncias de discriminação étnico-racial. No mesmo período de 2023, este número foi até maior, quando houve 329 denúncias.
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