Amapá lidera crescimento do comércio no Brasil com índices chineses

Por SELES NAFES

Em um desempenho histórico, o estado do Amapá registrou o maior crescimento do comércio varejista do Brasil no acumulado do ano até fevereiro de 2025, com uma variação impressionante de 12,0%, segundo dados do IBGE em parceria com o Banco do Brasil. O avanço, muito acima da média nacional de 2,3%, posiciona o Amapá como uma referência de dinamismo econômico no país.

O comércio varejista é composto por setores como de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas; móveis e eletrodomésticos; material de construção; combustíveis e lubrificantes; veículos e peças; atacado alimentícios e de bebida; além de livros, jornais, revistas e papelaria.

Esse ritmo se equipara inclusive a taxa de crescimento projetada para o mercado varejista chinês que, segundo estimativas do FMI alcançou 14,4%, em 2024. Com isso, o Amapá não apenas se destaca no cenário brasileiro, mas também no panorama internacional, ainda que em proporções econômicas distintas.

Carnaval de 2025: Eventos geraram turismo e outras atividades em sequência. Foto: João Figueiredo/SN

A escalada do comércio amapaense reflete políticas públicas de estímulo ao consumo, fortalecimento do comércio local e aumento do fluxo de renda na região. Destaques no aumento do consumo interno são os novos trabalhadores contratados via concursos públicos, transposição de servidores do antigo Território Federal do Amapá para União, que passam a consumir mais no comércio; as concessões nas áreas de infraestrutura energética e florestal realizadas pelo Estado; além da retomada de expansão agrícola, com a transferência e titulação de áreas produtivas.

A informalidade estruturada, sobretudo pela adoção de uma política consistente de incentivo ao turismo de eventos, visto que o Amapá se posicionou entre os líderes na atração de turistas estrangeiros; e a digitalização do varejo, com a universalização do Pix, por exemplo, também contribuíram para dinamizar as vendas, principalmente nas periferias urbanas e nas comunidades ribeirinhas.

Expofeira de 2024 com shows…Fotos: Ascvom/GEA

…e muita atividade econômica. Foto: Caio Lucas Silva

“O resultado que o Amapá apresenta hoje é fruto de uma política econômica coordenada com a Fecomércio e outras organizações do setor produtivo, valorizando a iniciativa privada, garantindo segurança jurídica para novos negócios, ao mesmo tempo em que incentiva a produção local e atrai investimentos. Estimulamos fortemente a economia com a reabertura de indústrias, obras, turismo e eventos, o que gera emprego, renda e transforma a vida das pessoas. O Selo Amapá, o retorno da Expofeira, Startup 20 e grandes obras, como a do Novo HE, são bons exemplos de como o Estado estimulou esse crescimento inédito no comércio”, afirmou o Governador do Estado do Amapá, Clécio Luís Vieira.

Clécio: governo estimulou empresas em diversos seguimentos

Nesse sentido, o alinhamento com as organizações econômicas como a Fecomércio e outras instituições do setor produtivo, foram essenciais no desenvolvimento de projetos, a exemplo do Selo Amapá, a retomada de Expofeira e a criação de outros grandes eventos de fortalecimento do comércio e do turismo.

Com os índices, o Amapá supera estados tradicionalmente mais robustos economicamente, como São Paulo (1,1%) e Minas Gerais (2,5%), e se distancia fortemente de unidades com desempenho negativo como Roraima (-4,9%) e Mato Grosso (-3,7%).

Para economistas, esse dado reforça o potencial de mercados periféricos e regionais quando bem articulados com políticas de crédito, inclusão produtiva e valorização da economia local.

O Amapá é hoje um exemplo de como pequenas economias podem ter grandes resultados com estratégias consistentes, afirma Mariana Lobo, economista do Centro de Estudos Amazônicos, em Nova Economia da Amazônia, publicado pela WRI Brasil.

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