Mais de 100 pessoas denunciam casal de empresários suspeito de vender falsos remédios para emagrecer pelas redes sociais


Vítimas relatam diversos sintomas, como náuseas, tonturas e problemas gastrointestinais. Polícia Civil divulgou a identidade dos empresários para tentar localizar mais pessoas que usaram os medicamentos. Mais de 100 pessoas denunciam que foram vítimas do casal que vendia remédios emagrecedores
O número de pessoas que denunciaram o casal de empresários suspeito de vender falsos remédios para emagrecer nas redes sociais já ultrapassa 100 pessoas, segundo a Polícia Civil. Ana Paula Ferreira e o marido, Geovanny Magalhães Ferreira, estão presos e foram autuados por falsificação, corrupção, adulteração e alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
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O g1 não localizou a defesa dos acusados para pronunciamento até a última atualização desta reportagem.
A ação que prendeu os empresários aconteceu no dia 3 de maio, em Goiânia. De acordo com Alex Rodrigues, delegado responsável pelo caso, os clientes da influenciadora relataram diversos sintomas após tomarem a medicação.
“As vítimas relataram terem sentido diversos efeitos colaterais, como dores de cabeça intensas, náuseas, tonturas, fraqueza, dificuldade para dormir, alterações de humor e, em alguns casos, problemas dermatológicos ou gastrointestinais”, relatou Alex Rodrigues.
O delegado informou ainda que os relatos mencionam sensação de ansiedade, palpitações e mal-estar generalizado logo após a exposição ou uso do produto.
Investigação
Com a ‘Operação Placebo’, a Polícia Civil realizou mandado de busca e apreensão em três imóveis do casal e encontrou o laboratório clandestino onde os medicamentos eram fabricados. De acordo com as autoridades, o local funcionava fora das normas da Vigilância Sanitária.
Polícia Civil realizou mandado de busca e apreensão no imóvel do casal e encontrou o laboratório clandestino
— Fotos: Divulgação/Polícia Civil
As investigações começaram após uma denúncia de que a empresária estaria vendendo uma nova versão de um remédio de uso subcutâneo fabricado por uma grande empresa farmacêutica. Segundo a apuração, ela dizia que o remédio teria os mesmos benefícios da versão original, porém com um baixo custo.
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No dia 12 de abril, a Polícia Civil divulgou os nomes e as fotos dos suspeitos com a intenção de que mais pessoas que compraram ou fizeram uso dos medicamentos fossem encontradas.
Ana Paula Ferreira e Geovanny Magalhães Ferreira foram presos acusados de vender falsos remédios para emagrecer
— Fotos: Divulgação/Polícia Civil
Redes sociais
Uma das preocupações da polícia é o fato de que Ana Paula divulgava os medicamentos em dois perfis nas redes sociais. De acordo com relatos de algumas vítimas, ela também administrava grupos online que somam mais de 2 mil participantes para a divulgação e venda dos remédios.
A empresária Ana Paula Ferreira divulgava os remédios para emagrecer em suas redes sociais
— Fotos: Reprodução/Redes sociais
“A divulgação da qualificação dos investigados se fundamenta na necessidade de levar a conhecimento público quem são os detidos, visando ainda que vítimas se manifestem, bem como, haja a suspensão do uso dos referidos medicamentos. […] Eles enviavam os produtos para vários estados da Federação, assim, acreditamos que a quantidade de vítimas seja elevada”, destacou o delegado.
Nas publicações, Ana Paula aparecia com diversos frascos de medicamentos que dizia serem naturais e prometia emagrecimento e desintoxicação segura nos primeiros dias de uso. A empresária também disse nas redes que podia garantir a eficácia do produto porque também usava os medicamentos.
“Eu ganhei 26 quilos em dois meses e meio e em dois meses emagreci 30 quilos, antes de lançar eu engordei de propósito para mostrar. Só tem coragem de engordar quem realmente sabe o que vende. Então, a prova está aí. Contra fatos não há argumentos”, postou a empresária.
A conduta da investigada também foi agravada pois ela expôs a filha, uma criança autista, nas redes sociais para divulgar os remédios. A Polícia Civil continua recebendo denúncias de vítimas de Goiás e de outros estados para contribuir com o andamento das investigações.
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