Trump mira chips e remédios com novas tarifas: veja os possíveis impactos

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Durante entrevista ao BM&C News, o economista Bruno Corano analisou as recentes declarações do presidente Donald Trump, que pretende aplicar tarifas sobre a importação de semicondutores e medicamentos. As medidas fazem parte de um novo pacote de ações protecionistas adotadas pelos Estados Unidos em um momento de crescente tensão geopolítica com a China e outras potências.

Para Corano, o impacto mais direto será sentido dentro dos próprios Estados Unidos, com pouco reflexo nos preços globais. “Quem vai pagar o preço disso tudo são os americanos”, afirmou o economista. Segundo ele, o aumento de custos gerado pelas tarifas será repassado ao consumidor final, pressionando a inflação doméstica.

Tarifas geram inflação local, mas com efeitos geopolíticos

Corano explicou que, apesar de não haver um impacto direto sobre a inflação mundial, o cenário pode influenciar as economias emergentes de forma indireta. Isso porque uma eventual desaceleração da economia americana, causada por esses custos adicionais, afeta o consumo e, por consequência, a dinâmica do comércio internacional.

O Brasil e outros mercados podem sofrer se o consumo nos EUA cair. Mas isso não significa que haverá inflação global. Pelo contrário — pode até haver arrefecimento de preços em outras regiões por menor demanda”, destacou.

Detalhamento das tarifas e apelo político

O economista também comentou a divulgação recente de itens que devem ou não ser incluídos na taxação, como celulares e microprocessadores. Segundo ele, esse nível de detalhamento evidencia o caráter político das medidas.

Há um forte apelo à base eleitoral. A maior preocupação é com o aumento do preço do iPhone, iPad e afins — produtos que impactam diretamente o bolso do americano médio. Parece uma medida mais retórica do que prática”, avaliou Corano, chamando a proposta de “um tanto ridícula”.

Setores específicos devem sentir os efeitos das tarifas

Embora considere o impacto macroeconômico limitado, Corano aponta que setores específicos, como o farmacêutico e o de tecnologia, podem enfrentar pressões mais intensas. Empresas que dependem de insumos importados podem ter custos operacionais elevados, afetando margens de lucro e estratégias de precificação.

Ainda assim, ele pondera que são indústrias mais consolidadas e com maior capacidade de adaptação. “O impacto é localizado. Não vai derrubar o sistema global. Mas causa distorções e incertezas que afetam decisões de investimento.

Incertezas que travam o investimento

Para Corano, o principal risco está no ambiente de insegurança que essas medidas criam. “As empresas deixam de investir quando não sabem o que esperar da política comercial. E isso atrasa a inovação, a expansão e a geração de empregos.

Ele conclui que, mesmo com impacto controlado, o movimento amplia o clima de instabilidade econômica, em um momento em que o mundo tenta reorganizar cadeias produtivas e restabelecer previsibilidade nos negócios internacionais.

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