Ibovespa fecha em queda leve e dólar sobe nesta terça

O mercado financeiro brasileiro encerrou a sessão desta terça-feira, 15, com leve retração, refletindo a cautela dos investidores diante das incertezas globais e das expectativas domésticas.

Ibovespa fecha em baixa

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o dia com queda de 0,16%, aos 129.245,39 pontos. A sessão foi marcada por movimentos moderados, em um ambiente de ajustes após dois dias consecutivos de alta. O cenário externo seguiu como principal fator de influência, com investidores monitorando os desdobramentos da disputa comercial entre Estados Unidos e China.

Dólar comercial sobe e encosta nos R$ 5,90

O dólar comercial registrou alta de 0,66%, encerrando o dia cotado a R$ 5,89. A valorização da moeda americana reflete a aversão ao risco global e a expectativa de que as tensões comerciais entre Estados Unidos e China provoquem impactos prolongados na economia internacional.

Destaques corporativos do dia

• BTG Pactual (BPAC11): O banco anunciou a compra da área de gestão de fortunas da JGP, ampliando sua presença no segmento de clientes de altíssima renda. Com a aquisição, o volume sob gestão nessa área chega a R$ 120 bilhões.
• JBS (JBSS3): A companhia avançou no processo de listagem na Bolsa de Nova York. A expectativa é que as ações comecem a ser negociadas nos Estados Unidos a partir de 12 de junho, após assembleia marcada para 23 de maio.
• Carrefour Brasil (CRFB3): A Península Participações, da família Diniz, vendeu toda a sua participação de 4,9% na varejista. A operação ocorre às vésperas da votação que decidirá sobre o fechamento de capital da companhia no Brasil.
• Plano&Plano (PLPL3): A construtora registrou crescimento de 44,1% nas vendas líquidas no primeiro trimestre, totalizando R$ 855 milhões. O valor geral de vendas (VGV) dos lançamentos somou R$ 1,2 bilhão, alta de 153,1% na comparação anual.
• B3 (B3SA3): A operadora da bolsa informou que o volume financeiro médio diário negociado em março aumentou 2,4%, atingindo R$ 25,1 bilhões.

Análise de mercado

Durante participação no programa Flash News, da BM&C News, o analista Leonardo Santana comentou os principais fatores que influenciam o mercado neste momento:

“O mercado pressiona tanto uma postura melhor do Donald Trump quanto da China. Ambos os países sabem o que estão fazendo e têm cartas na manga. A economia de ambos vai sofrer se não houver acordo.”

Santana também destacou como o Brasil é diretamente impactado por esse cenário:

“O Brasil é um dos maiores fornecedores da China. Se a economia chinesa desacelera, a nossa também sente. O minério de ferro e o petróleo, por exemplo, sofrem com a menor demanda global, o que impacta diretamente ações como Vale e Petrobras.”

Para os próximos dias, a recomendação é de cautela:

“Estamos num momento de muita incerteza. O ideal é manter parte do capital em liquidez, aproveitar a renda fixa bem remunerada no Brasil e aguardar os próximos desdobramentos. O cenário ainda pode mudar bastante.”

Perspectivas

Com uma semana mais curta no mercado — devido ao feriado da próxima sexta-feira — e à espera de novos dados econômicos da China, como PIB, vendas no varejo e produção industrial, os investidores devem manter o foco em ativos defensivos e acompanhar de perto os desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos.

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