Chocolate no café da manhã: veja dicas para evitar picos glicêmicos durante o desjejum


O começo do dia é o pior momento para consumir açúcar, porque o corpo libera substâncias que aumentam a glicose no sangue. Esse pico de açúcar logo cedo pode causar mais fome ao longo do dia, queda de energia e, com o tempo, contribuir para o risco de desenvolver diabetes. Chocolate no café da manhã: veja dicas para evitar picos glicêmicos durante o desjejum
Em época de Páscoa, acordar e ter algumas opções de chocolate disponíveis no café da manhã é uma tentação para muita gente. E ingerir açúcar em jejum pode provocar picos de glicose e de insulina no sangue. Esse pico de açúcar logo cedo pode causar mais fome ao longo do dia, queda de energia e, com o tempo, contribuir para o risco de desenvolver diabetes.
Para tentar conciliar excepcionalmente uma porção do chocolate no café da manhã, especialistas indicam inserir também alguns alimentos na refeição, como:
Proteínas (como queijos, ovos, iogurte e leite)
Oleaginosas (como castanhas e nozes)
Fibras (como aveia, chia e frutas com casca)
Gorduras saudáveis, como nozes e sementes
Chocolate no café da manhã
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Além disso, vale também:
Escolher opções de chocolate com maior teor de cacau, com 70% por exemplo, ou os que são preparados com adoçantes naturais, como stevia, ou ingredientes como óleo de coco e farinhas low-carb (amêndoas e/ou coco).
Comer chocolates em pequenas porções (para um adulto, o limite diário é de 20 a 30g – cerca de 2 a 3 quadradinhos de uma barra de 100g)
Evitar líquidos junto com alimentos (esperar 30 min antes e depois) – principalmente, líquidos adocicados
“O consumo regular de alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas é fundamental para a saúde ao longo de todo o ano. Quando essa base alimentar está bem estabelecida, pessoas sem comorbidades, como diabetes, podem eventualmente sair do plano alimentar — por exemplo, em datas comemorativas como a Páscoa — sem comprometer os resultados, desde que haja moderação e consciência”, orienta a médica da equipe de nutrologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Dra. Renata Azevedo.
No caso da ingestão do consumo das nozes e castanhas separadamente ao chocolate, o ideal é picá-las em pedaços menores e caprichar na mastigação para obter a melhor digestão das fibras.
😕 Vale explicar que: a glicemia é concentração de glicose, ou açúcar, no sangue. E insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia, da taxa de glicose no sangue.
O horário da manhã é justamente o pior para o consumo de açúcar. É quando a gente tem maior produção de hormônios hiperglicemiantes (aqueles que aumentam o volume de glicose no sangue), entre eles o cortisol e o hormônio de crescimento. O pico rápido de glicose pode ser seguido por uma queda abrupta, o que pode aumentar o apetite e causar irritabilidade.
Confira abaixo as porções ideais de chocolate para cada faixa etária:
🚫 Crianças (de até 2 anos): não é recomendado o consumo de chocolate ou alimentos com açúcar adicionado, de acordo com orientações dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
Crianças (de 2 a 6 anos): Até 10 gramas por dia (aproximadamente um quadradinho)
Crianças (de 7 a 10 anos): Até 15 gramas por dia (cerca de até dois quadradinhos)
Adolescentes e adultos: Recomenda-se o consumo de 20 a 30 gramas de chocolate amargo (com alto teor de cacau) por dia (de dois a 3 quadradinhos).
O consumo em excesso de açúcar, presente em mais quantidade em alguns chocolates, pode trazer diversos riscos à saúde e está associado à obesidade e até mesmo ao aumento do risco de determinados tipos de câncer.
A elevação dos níveis de glicose no sangue após uma refeição (chamada de hiperglicemia pós-prandial) está relacionada com o aumento do risco cardiovascular e aumento de gordura no fígado de doença hepática gordurosa – tanto em pessoas com diabetes, quanto em pessoas que sem a doença – segundo a diretora do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e presidente da regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Joana Dantas.
⚠️ Em casos mais graves, principalmente em grupos de risco, como pessoas que fizeram a cirurgia bariátrica ou outros tipos cirurgias no estômago, como gastrectomias por câncer, os efeitos podem ser:
São efeitos precoces (de 10 a 30 minutos após a ingestão), relacionados à chegada rápida do excesso de açúcar do alimento ao intestino:
Náuseas
Distensão abdominal
Diarreia ou fezes pastosas
Tontura
Palpitação
Sudorese
Queda de pressão arterial
Fraqueza intensa
Efeitos tardios (de 1 a 3 horas após a ingestão), relacionados ao excesso de liberação de insulina – quando o corpo tenta organizar todo excesso de glicose, culminando em uma hipoglicemia reativa:
Tremores
Suor frio
Palpitação
Fome intensa
Tontura
Desmaios
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