Alerta aos pais: estudo revela substâncias proibidas e perigosas em fórmulas infantis

As fórmulas infantis são amplamente utilizadas como alternativa para mães que não podem amamentar ou como complemento à amamentação. Com uma variedade de opções disponíveis em farmácias e supermercados, esses produtos têm se tornado cada vez mais populares. No entanto, um estudo recente trouxe à tona preocupações significativas sobre a presença de agrotóxicos e outros compostos contaminantes nessas fórmulas, levantando questões sobre a segurança de seu consumo.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Unicamp, revelou a presença de substâncias potencialmente prejudiciais em fórmulas infantis, mesmo que em concentrações consideradas seguras. A descoberta acendeu um alerta sobre o risco de contaminação indireta durante o processo de fabricação, destacando a necessidade de regulamentações mais rigorosas para garantir a segurança dos consumidores, especialmente dos bebês, cujo sistema metabólico ainda está em desenvolvimento.

Como o estudo avalia o risco nas fórmulas infantis?

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp realizaram uma análise de 30 amostras de produtos disponíveis no mercado brasileiro e identificaram a presença de resíduos de agrotóxicos e micotoxinas — substâncias tóxicas originadas por fungos. Em duas dessas amostras, foram detectados o carbofurano e o metamidofós, ambos agrotóxicos proibidos no Brasil, além de traços de medicamentos de uso veterinário.

Apesar das quantidades estarem dentro dos limites considerados seguros, a simples presença desses compostos acende um sinal de alerta quanto ao risco de contaminação indireta durante a cadeia de produção dos alimentos.

Em comunicado divulgado pela Unicamp, a pesquisadora Marcella Vitória Galindo, responsável pelo estudo, ressalta que a presença desses resíduos não implica necessariamente em efeitos nocivos imediatos, uma vez que o organismo humano possui mecanismos para metabolizar e eliminar tais substâncias. No entanto, ela destaca que esse processo não ocorre da mesma forma em bebês, cujo sistema ainda está em desenvolvimento.

Uma segunda etapa da pesquisa consistiu no monitoramento de resíduos de agrotóxicos com base em um banco de dados contendo 278 substâncias. Os cientistas identificaram seis compostos presentes em 86,6% das amostras avaliadas. Segundo os especialistas, esses contaminantes podem ser introduzidos em diferentes fases, desde a origem das matérias-primas até o processamento e a embalagem dos produtos.

A professora Helena Teixeira Godoy, que orientou a pesquisa, esclarece que o objetivo do estudo não é desencorajar o consumo desses alimentos, mas sim reforçar a importância de assegurar a qualidade dos produtos destinados à alimentação infantil.

Alerta aos pais: estudo revela substâncias proibidas e perigosas em fórmulas infantis
Fórmula infantil – Créditos: depositphotos.com / vchalup2

Como garantir o uso seguro de fórmulas infantis?

Especialistas recomendam que o uso de fórmulas infantis seja feito de forma consciente e sempre sob orientação médica. É importante que os pais estejam cientes dos riscos potenciais e escolham produtos de fabricantes que sigam práticas de segurança rigorosas. Além disso, a transparência por parte das empresas sobre os processos de fabricação e a origem das matérias-primas pode ajudar a garantir a confiança dos consumidores.

1. Preparação Higiênica:

  • Lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar a fórmula e alimentar o bebê.
  • Limpe e esterilize todos os utensílios, incluindo mamadeiras, bicos, tampas e a área de preparação. A esterilização pode ser feita fervendo os itens por 5 minutos, usando vapor, micro-ondas ou soluções químicas esterilizadoras, seguindo as instruções do fabricante.
  • Utilize uma superfície de trabalho limpa.

2. Preparação Correta da Fórmula:

  • Verifique o prazo de validade na embalagem da fórmula. Não utilize fórmulas vencidas.
  • Siga rigorosamente as instruções do fabricante para a proporção correta de água e pó. Usar muita ou pouca água pode prejudicar a nutrição e a saúde do bebê.
  • Use a colher dosadora fornecida com a fórmula, pois as medidas podem variar entre diferentes marcas. Não nivele a colher pressionando o pó.
  • Utilize água potável segura. Se a água da torneira não for segura, utilize água fervida e resfriada ou água engarrafada própria para bebês. Se usar água fervida, deixe-a esfriar por no máximo 30 minutos antes de misturar com o pó, para garantir que esteja a uma temperatura adequada para matar possíveis bactérias no pó.
  • Adicione primeiro a água esterilizada e resfriada na mamadeira e depois o pó da fórmula.
  • Misture bem a fórmula agitando a mamadeira até que o pó esteja completamente dissolvido.

3. Temperatura Adequada:

  • A fórmula pode ser oferecida à temperatura ambiente ou levemente aquecida.
  • Se optar por aquecer, coloque a mamadeira em um recipiente com água morna ou sob água corrente morna por alguns minutos.
  • Nunca aqueça a fórmula no micro-ondas, pois pode causar pontos quentes que podem queimar a boca do bebê.
  • Teste a temperatura da fórmula colocando algumas gotas no dorso da mão ou no pulso. Deve estar morna, e não quente.

4. Alimentação Segura:

  • Prepare apenas a quantidade de fórmula que o bebê irá consumir em uma mamada.
  • Descarte qualquer fórmula restante na mamadeira após uma hora do início da alimentação, pois a saliva do bebê pode contaminá-la.
  • Não force o bebê a terminar a mamadeira. Respeite os sinais de saciedade do bebê.
  • Segure o bebê em uma posição semiereta durante a alimentação para evitar engasgos.
  • Não deixe o bebê sozinho com a mamadeira.

5. Armazenamento Adequado:

  • Fórmula em pó não aberta: Armazene em local fresco e seco, com a tampa bem fechada. Não guarde na geladeira. Utilize dentro do prazo de um mês após a abertura, verificando sempre a data de validade.
  • Fórmula preparada: Se não for usar imediatamente, refrigere a fórmula preparada assim que possível (dentro de uma hora) e utilize dentro de 24 horas. Descarte qualquer fórmula refrigerada não utilizada após este período.
  • Fórmula pronta para uso e concentrada (não aberta): Armazene em local fresco e seco até a data de validade. Após aberta, siga as instruções do fabricante para armazenamento na geladeira e prazo de validade.
  • Não congele a fórmula, pois isso pode alterar a sua composição e textura.
  • Ao transportar fórmula já preparada, mantenha-a refrigerada em uma bolsa térmica com gelo e utilize dentro de 2 horas.

Quais os próximos passos para a regulamentação?

O estudo da Unicamp destaca a urgência de se estabelecer normas mais rigorosas para a fabricação de fórmulas infantis. Com a crescente demanda por esses produtos, é fundamental que as autoridades de saúde implementem medidas que garantam a segurança e a qualidade dos alimentos destinados aos bebês. A conscientização sobre o uso responsável e a necessidade de regulamentação são passos cruciais para proteger a saúde das futuras gerações.

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