VÍDEO: jornalista paranaense relembra abraço do papa no Sínodo da Amazônia: ‘Marcou minha vida para sempre’

Na época, ela recebeu ajuda de um padre que era seu amigo e pediu para que o pontífice fosse até o grupo de jornalistas para cumprimentá-los e tirar uma foto. Jornalista do PR recebeu abraço do papa no Sínodo da Amazônia
A jornalista Ana Neri Nunes dos Santos, de 46 anos, relembrou o momento em que recebeu um abraço do papa Francisco durante o Sínodo da Amazônia, em outubro de 2019. Ela é moradora de Londrina, no norte do Paraná, mas na época trabalhava em uma rede de comunicação católica e foi convocada para cobrir o evento. Assista acima.
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). Segundo o Vaticano, a morte foi causada por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível.
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O abraço aconteceu no penúltimo dia do evento, após a jornalista ter passado 30 dias em Roma, fazendo a cobertura do Sínodo. Ana disse que estava reunida com outros jornalistas em frente a sala Paulo IV, onde as reuniões do evento aconteciam.
Um padre conhecido dela foi quem a ajudou. Ela pediu para que ele conversasse com o papa Francisco e pedisse para que ele fosse até os jornalistas para que pudessem tirar uma foto mais próxima.
Ela disse que não acreditou que o pedido seria feito e, muito menos, atendido. A surpresa veio quando Ana viu o amigo conversando com o pontífice, que logo olhou para o grupo e sinalizou que ia ao encontro deles.
“Ele foi descendo na nossa direção, os seguranças começaram a vir atrás dele e ele fez um sinal de não, que ia descer sozinho, e chegou perto da gente. Alguns jornalistas ficaram sem reação, outros começaram a se ajoelhar. Mas, como ele era muito simples, ele fez um sinal de não, falando para o pessoal se levantar”, contou ao g1.
O abraço veio em seguida, quando Ana, de uma forma bastante espontânea, pediu pelo gesto e foi retribuída. O momento foi registrado em vídeo por outra colega jornalista.
“Ele me abraçou forte. Isso marcou muito a minha vida. Senti uma força divina muito grande que saia dele. Depois que soltei ele, eu chorei uns 30 minutos sem parar, pois não estava acreditando que eu, uma pessoa de um bairro tão simples de Londrina, tinha tido aquela oportunidade de estar onde tantas pessoas gostariam de ter chegado e nunca conseguiram. Além de ter recebido aquele abraço que significou tanto para a minha vida. É algo que eu vou guardar para sempre”, revelou Ana.
Papa Francisco e a jornalista Ana Neri durante o Sínodo da Amazônia.
Arquivo pessoal
Aproveitando que estava junto com o papa, Ana ainda aproveitou para fazer uma pergunta para o pontífice sobre o evento e foi a única a ter um material exclusivo com um depoimento dele sobre o Sínodo.
No mesmo período em que acompanhou o evento, Ana também cobriu a cerimônia de canonização de Irmã Dulce, a santa brasileira, que também foi celebrada pelo papa Francisco.
▶️ O que é o Sínodo da Amazônia? Foi uma reunião convocada pelo papa reunindo no Vaticano 120 bispos de nove países da região Pan-Amazônica, como: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, além de representantes de diversas comunidades indígenas, quilombolas, pescadores e comunidades tradicionais. No encontro foram discutidos temas ambientais, sociais e próprios da Igreja Católica. O objetivo era debater as dificuldades de a Igreja atender os povos da região, especialmente os indígenas.
Ana Neri passou 30 dias em Roma para cobri o Sínodo da Amazônia.
Arquivo pessoal
AO VIVO: Acompanhe a cobertura sobre a morte do papa
Para a jornalista, papa Francisco era um verdadeiro representante de Deus
Hoje quando recebeu a notícia da morte do papa Francisco, Ana diz que passou um filme em sua cabeça Segundo ela, a partida do pontífice foi recebida com uma dor muito grande no coração. Para a jornalista, Francisco era um verdadeiro represente de Deus.
“É uma tristeza, mas tenho certeza de que ele combateu o bom combate e a gente não pode ser egoísta a ponto de querer que ele ficasse sofrendo aqui na Terra, pois estava com a saúde muito fragilizada e debilitada. Ele fez tudo que pode, trouxe muitas renovações, uma abertura, um amor, um acolhimento sem igual, um verdadeiro representante de Deus”, finalizou.
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Francisco se recuperava de pneumonia
Papa Francisco acena a fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, em foto de 21 de outubro de 2015
Alessandro Bianchi/Reuters
Francisco se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ficar internado por cerca de 40 dias. Há um mês, ele teve alta e estava sob cuidados médicos.
A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão.
No dia 14 de fevereiro, o papa foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer exames e tratar a bronquite. Mesmo hospitalizado, ele continuou participando de algumas atividades religiosas. No domingo (16), ele pediu desculpas por faltar à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro.
Na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos.
Primeiro papa latino-americano
Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, foi o primeiro papa latino-americano da história.
Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266.
Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.
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