Delegada do Amapá perde R$ 48 mil em golpe enquanto filha estava hospitalizada

Por RODRIGO DIAS

Uma delegada aposentada da Polícia Civil do Amapá foi vítima de um golpe cibernético que lhe causou um prejuízo de R$ 48 mil. A autoridade policial, que preferiu manter sua identidade em sigilo, relatou à reportagem do Portal SN o momento delicado em que o crime ocorreu: sua filha estava internada em um hospital.

“Isso foi há 2 anos e dois meses. Ainda tiveram a coragem de me ligar e perguntar se eu ainda tinha dinheiro na conta. Quando caí em mim já era, estava desnorteada. Disseram que o dinheiro ia estornar para mim no outro dia, mas era o golpe”, lamentou a delegada, que atualmente tem 62 anos e reside em Macapá.

Os criminosos se passaram por funcionários do Banco do Brasil e, assim, tiveram acesso às contas da vítima, que, obviamente, denunciou o caso à Polícia Civil.

A denúncia da delegada foi o ponto de partida para o rastreamento de um sofisticado esquema criminoso com base operacional em São Paulo. Dois anos de investigação depois, em uma ação nesta terça-feira (22), coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, 16 pessoas foram indiciadas por furto qualificado e lavagem de dinheiro.

Segundo a polícia amapaense, a organização criminosa movimentou milhões de reais com crimes cibernéticos praticados em diversas partes do país.

A quebra de sigilos bancários e a análise minuciosa dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – órgão que identifica lavagem de dinheiro e ocultação de bens – foram essenciais para desvendar a complexa rede de movimentações do bando.

As investigações identificaram um casal como a principal liderança por trás dos golpes. Em um período de um ano e meio, a dupla movimentou cerca de R$ 5,2 milhões.

O grupo criminoso empregava diversas contas bancárias de terceiros, conhecidas como “contas de passagem”.

“O objetivo era pulverizar os valores subtraídos das vítimas, dificultando o trabalho de rastreamento do dinheiro pelas autoridades”, explicou o delegado Nicolas Bastos, responsável pela coordenação da operação.

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