Presidente do INSS pede demissão após operação da PF

Alessandro Stefanutto, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entregou seu pedido de demissão nesta quarta-feira (23/4). A saída ocorre em meio a uma operação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF), que investiga possíveis irregularidades nos descontos de mensalidades associativas realizados diretamente em benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, administrados pelo INSS.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de demitir Stefanutto. Apesar da resistência do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que sugeriu que a saída fosse adiada, a decisão foi mantida. A investigação aponta que entidades sindicais teriam cobrado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

Como estão as investigações?

As investigações revelaram um esquema que envolvia a cobrança indevida de valores significativos de aposentados e pensionistas. Até o momento, seis servidores públicos foram afastados de suas funções. Além disso, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em outros 13 estados.

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos também está sob investigação. Entre os envolvidos, destaca-se o irmão do presidente Lula, Frei Chico, que atua como diretor vice-presidente do sindicato. A operação visa não apenas a recuperação dos valores desviados, mas também a responsabilização dos envolvidos no esquema.

Como funcionava o esquema no INSS?

O esquema consistia na aplicação de descontos de mensalidades associativas diretamente nos benefícios previdenciários. Esses descontos eram realizados sem o consentimento adequado dos beneficiários, o que gerou um acúmulo de cobranças indevidas ao longo dos anos. As entidades sindicais envolvidas teriam se beneficiado financeiramente dessa prática, em detrimento dos aposentados e pensionistas.

As investigações da PF e da CGU buscam identificar todos os responsáveis pelo esquema, além de mapear o fluxo financeiro dos valores desviados. A operação visa também implementar medidas para evitar que práticas semelhantes ocorram no futuro, garantindo maior transparência e controle sobre os benefícios previdenciários.

Quais medidas estão sendo tomadas?

Presidente do INSS pede demissão após operação da PF
Polícia Federal – Créditos: depositphotos.com / joasouza

Com a demissão de Alessandro Stefanutto e o afastamento de servidores envolvidos, o governo busca restabelecer a confiança no INSS. A nomeação de um novo presidente para o instituto é uma das medidas em discussão, visando garantir uma gestão mais transparente e eficiente.

Além disso, a operação prevê a revisão dos processos de cobrança de mensalidades associativas, com o objetivo de identificar e corrigir falhas sistêmicas. A CGU e a PF continuam a investigação para assegurar que todos os responsáveis sejam devidamente punidos e que os valores desviados sejam recuperados.

Qual o impacto para os beneficiários do INSS?

Os beneficiários do INSS, especialmente aposentados e pensionistas, são diretamente impactados pelas irregularidades investigadas. A operação busca não apenas punir os responsáveis, mas também garantir que os direitos dos beneficiários sejam respeitados e que não ocorram mais cobranças indevidas.

O governo está empenhado em implementar medidas que protejam os beneficiários e assegurem a integridade dos processos de concessão de benefícios. A expectativa é que, com as ações corretivas, o INSS possa retomar sua função de forma mais transparente e justa, beneficiando aqueles que dependem de seus serviços.

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