Banco Central dá sinais de que pode estar perto do fim do ciclo

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Em entrevista ao programa BM&C News, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, analisou as recentes declarações do Banco Central e apontou que o discurso da autoridade monetária sugere uma interrupção próxima do ciclo de alta da Selic. No entanto, segundo ele, o nível atual da taxa de juros pode não ser suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta.

O BC está colocando o ‘gato em cima do telhado’. Está avisando que a política monetária tem defasagem e que o juro já é extremamente restritivo”, afirmou Sanchez. Para ele, a leitura do mercado sobre uma possível manutenção da Selic em 14,25% reflete essa percepção.

Inflação segue desancorada e meta pode não ser atingida

Apesar das sinalizações do Banco Central, Sanchez alerta que a inflação segue desancorada e que a convergência plena para o centro da meta exigiria um esforço muito maior. “Para trazer a inflação para o alvo com credibilidade, o juro teria que subir ainda mais. Esse esforço de política monetária não está sendo assumido no discurso oficial”, criticou.

Segundo o economista, há um desalinhamento entre o reconhecimento do problema inflacionário e as medidas efetivas. “A inflação de 3,7% para 2026 foi chamada de ‘around’ — ao redor da meta — pelo próprio BC. Isso é preocupante”, comentou.

Volatilidade aumenta com ruídos na comunicação do BC

Sanchez destacou ainda que a comunicação do Banco Central tem gerado incertezas adicionais, especialmente após falas recentes do diretor Gabriel Galípolo, que relacionaram política monetária ao câmbio. “Isso levantou dúvidas sobre qual é, de fato, a função prioritária da autoridade monetária, ampliando a volatilidade num ambiente já instável”, afirmou.

Segundo ele, declarações sobre câmbio e eleições em meio ao debate sobre juros aumentam o ruído e dificultam a ancoragem das expectativas. “A antecipação de cortes, mencionada no mercado, pode minar a credibilidade da política monetária se o ciclo for interrompido de forma precoce”, alertou.

Fim do ciclo pode ser precoce diante da inflação persistente

Para Sanchez, o atual nível de juros pode não ser suficiente para restaurar a credibilidade e garantir a convergência inflacionária no horizonte relevante. “Encerrar o ciclo agora pode parecer confortável, mas ainda estamos longe da meta, e isso exige mais firmeza”, concluiu.

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