União Brasil e PP aprovam federação; Ciro Nogueira e Rueda dividirão comando até dezembro

Aliança, batizada de União Progressista, deve ser anunciada nesta terça. Arranjo terá maior número de deputados e prefeitos, além da maior fatia de recursos públicos para campanha. Lideranças do União Brasil deram aval nesta segunda-feira (28) à entrada da sigla em uma federação partidária com o Progressistas (PP) que terá dois presidentes até dezembro.
A reunião, realizada na Câmara dos Deputados, contou com a presença dos maiores expoentes da sigla, como o presidente, Antônio Rueda, o ministro do Turismo Celso Sabino (PA) e o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto.
“Inicialmente vai existir uma copresidência até dezembro. O Rueda e o Ciro. A gente vai integrar os dois partidos nesse início e a partir de janeiro a gente terá uma presidência só”, afirmou Rueda ao final do encontro.
O anúncio oficial da aliança, que já havia sido aprovada pelo PP há mais de um mês, deverá ocorrer na tarde desta terça (29), em evento no Congresso Nacional.
A federação União Progressista, como deverá ser chamada, promete ser uma potência dentro do Congresso e nas eleições de 2026.
A união reunirá:
a maior bancada dentro da Câmara dos Deputados (109 parlamentares);
o maior número de prefeitos do país (mais de 1 mil prefeituras);
os maiores repasses de verba pública para custeio de campanhas e funcionamento das siglas.
Federação Partidária
Segundo dirigentes, após o anúncio previsto para esta terça, os partidos passarão a se debruçar sobre o estatuto do arranjo.
O documento terá de ser aprovado internamente por cada sigla, em convenções partidárias.
Nesta fase, deverá ficar mais clara a divisão de comando e as instâncias da aliança — pontos que registram as maiores divergências entre membros dos partidos.
Também há uma disputa pelo comando nacional da União Progressista, que ocorrerá por rodízio.
Um acordo inicial previa que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) daria início ao rodízio.
Na última semana, Lira foi surpreendido por especulações de que o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, seria o primeiro comandante do arranjo.
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta segunda que a ordem do rodízio e a duração dos mandatos ainda não está definida.
Com o estatuto em mãos, a federação poderá dar entrada no registro da aliança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda não há data para que isso ocorra.
As federações partidárias são um modelo de aliança que une duas ou mais siglas. Pelas regras, as legendas passam a atuar como uma só por, no mínimo, quatro anos.
Também deve haver alinhamento nas campanhas — ou seja, a federação deve caminhar de forma unificada nas disputas, definindo conjuntamente as candidaturas.
‘Superfederação’
As tratativas entre União Brasil e PP são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que tentam projetar o tamanho do impacto da aliança nas campanhas de 2026.
A “superfederação”, como tem sido chamada por lideranças de outros partidos, teria direito a receber a maior fatia, entre os 29 partidos registrados pelo TSE, do fundo público de financiamento de campanhas.
Levando em conta os valores distribuídos em 2024, uma eventual federação entre PP e União faria jus a quase R$ 1 bilhão em recursos públicos.
União Progressista em números
109 deputados federais — maior bancada na Câmara dos Deputados
13 senadores — terceira maior força dentro do Senado
1.336 prefeitos em todo o país — maior número de prefeituras, superando o PSD (889)
seis governadores — à frente de todos os outros partidos
R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (números de 2024) — maior fatia da distribuição e R$ 67 milhões a mais do que o segundo colocado, o PL
R$ 197,6 milhões em fundo partidário (números de 2024) — maior volume de recursos, superando o PL
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