Governo manda retirar do ar posts e anúncios de cigarros eletrônicos no Instagram, YouTube, TikTok e Mercado Livre

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitiu notificações para as plataformas digitais Instagram, YouTube, TikTok, Mercado Livre e Enjoei, exigindo a remoção de anúncios e conteúdos que promovem ou comercializam cigarros eletrônicos, conhecidos como “vapes“. A determinação, que deve ser cumprida em 48 horas, também abrange outros produtos derivados do tabaco cuja venda é proibida no Brasil.

As notificações foram enviadas na terça-feira (29/4), conforme comunicado divulgado pela Senacon nesta quarta-feira (30/4). Caso as plataformas não cumpram a determinação, poderão enfrentar processos administrativos que podem resultar em multas significativas.

Como a ação da Senacon contra os cigarros eletrônicos é motivada?

Cigarro eletrônico – Créditos: depositphotos.com / REDPIXEL

O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), parte da Senacon, identificou 1.822 páginas ou anúncios ilegais relacionados a cigarros eletrônicos nas plataformas notificadas. A maior parte desses conteúdos foi encontrada no Instagram, com 1.600 anúncios, seguido pelo YouTube com 123 e Mercado Livre com 44.

Essas ações visam não apenas a remoção dos conteúdos ilegais, mas também o fortalecimento dos mecanismos de controle das plataformas para evitar novas publicações que infrinjam a legislação brasileira. As contas de vendedores e influenciadores que promovem cigarros eletrônicos somam quase 1,5 milhão de inscritos, destacando a necessidade de uma intervenção rigorosa.

  • Proibição Legal: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil desde 2009, e essa proibição foi reafirmada em análises posteriores, incluindo uma de 2024. A Senacon atua para garantir o cumprimento dessa legislação.
  • Proteção da Saúde Pública: A principal motivação é proteger a saúde da população, especialmente jovens, contra os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos. Há preocupações sobre a dependência de nicotina, potenciais danos pulmonares (como a EVALI, sigla em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos ou vaping”), e a presença de substâncias nocivas nos aerossóis.
  • Prevenção da Iniciação ao Tabagismo: Existe o receio de que os cigarros eletrônicos atuem como uma porta de entrada para o consumo de cigarros convencionais, especialmente entre adolescentes e jovens não fumantes.
  • Combate ao Comércio Irregular: Apesar da proibição, os cigarros eletrônicos são facilmente encontrados no comércio físico e online, muitas vezes de forma ilegal e sem qualquer controle de qualidade ou segurança. A Senacon busca coibir esse mercado irregular.
  • Proteção dos Direitos do Consumidor: A comercialização de produtos proibidos e potencialmente prejudiciais à saúde infringe os direitos dos consumidores à segurança e à informação clara sobre os riscos dos produtos.
  • Alinhamento com Políticas de Controle do Tabaco: A ação da Senacon também visa proteger as políticas nacionais de controle do tabaco, que historicamente têm sido bem-sucedidas na redução do tabagismo no Brasil. A disseminação dos cigarros eletrônicos pode comprometer esses avanços.

Qual é a situação legal dos cigarros eletrônicos no Brasil?

Desde 2009, a venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 2024, a Anvisa revisou a proibição e decidiu mantê-la, citando preocupações com a saúde pública. Apesar disso, esses dispositivos continuam a ser encontrados tanto no comércio físico quanto online.

Pneumologistas e entidades de saúde alertam para os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos, incluindo a alta probabilidade de desenvolvimento de câncer e doenças coronarianas. Além disso, o consumo desses produtos pode comprometer as políticas de controle do tabaco no país.

Quais são as consequências para as plataformas que não cumprirem a notificação?

Se as plataformas não removerem os conteúdos ilegais dentro do prazo estipulado, poderão enfrentar processos administrativos conduzidos pela Senacon. Essas ações podem resultar em multas e outras penalidades, pressionando as empresas a reforçarem suas políticas de controle de conteúdo.

O objetivo das notificações é garantir que as plataformas digitais cumpram a legislação vigente e contribuam para a proteção da saúde pública, evitando a promoção de produtos cuja venda é proibida no Brasil.

Como as plataformas podem melhorar o controle de conteúdos ilegais?

Para evitar futuras infrações, as plataformas devem implementar sistemas mais eficazes de monitoramento e remoção de conteúdos ilegais. Isso pode incluir o uso de inteligência artificial para identificar e bloquear automaticamente anúncios que promovam produtos proibidos.

Além disso, é essencial que as plataformas trabalhem em conjunto com órgãos reguladores e entidades de saúde para educar os usuários sobre os riscos associados ao uso de produtos derivados do tabaco, promovendo um ambiente digital mais seguro e responsável.

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