Fraude no INSS, descontos ilegais tiram bilhões dos aposentados

Recentemente, uma operação da Polícia Federal trouxe à tona um esquema de fraudes que impactou diretamente os aposentados brasileiros. Entre 2019 e 2024, associações teriam aplicado descontos não autorizados nas aposentadorias, resultando em desvios que podem alcançar a cifra de R$ 6,3 bilhões. As denúncias surgiram através dos canais de atendimento do INSS, onde milhares de beneficiários relataram descontos indevidos em seus benefícios.

O levantamento inicial apontou que, em 95,6% dos casos reportados, os aposentados afirmaram não ter autorizado os descontos realizados diretamente na folha de pagamento. A Controladoria-Geral da União (CGU) destacou que o número elevado de reclamações sugere que não se pode presumir a boa-fé das associações envolvidas, especialmente considerando o impacto financeiro negativo sobre os beneficiários do INSS.

Como funcionava o esquema de descontos indevidos?

Seu benefício do INSS pode ser suspenso se não fizer isso!
Prédio do INSS – Créditos: depositphotos.com / sergio_pulp

O esquema envolvia 11 associações que foram suspensas pela Justiça após a operação da Polícia Federal. Além dessas, outras 12 entidades também receberam um número significativo de reclamações. No total, essas associações registraram 6,54 milhões de beneficiários com algum tipo de desconto em folha, embora ainda não se saiba quantos foram realmente vítimas de fraude.

Em julho de 2024, a CGU enviou ao INSS, então presidido por Alessandro Stefanutto, dados e documentos de uma auditoria que evidenciava a necessidade de suspender o repasse de mensalidades para oito associações. No entanto, nenhuma ação foi tomada na época. Esse levantamento serviu de base para a operação conjunta com a Polícia Federal e para a decisão judicial de bloquear os descontos das entidades.

Por que as reclamações aumentaram exponencialmente?

Entre 2021 e o primeiro semestre de 2024, a CGU monitorou o volume de reclamações nos canais do INSS. Nos primeiros dois anos, apenas 762 beneficiários registraram queixas sobre os descontos mensais, enquanto as associações arrecadaram R$ 1,3 bilhão. No entanto, em 2023, o número de reclamações saltou para 130 mil no primeiro semestre e mais que dobrou no segundo semestre, atingindo 336.707 queixas.

Esse aumento continuou no primeiro semestre de 2024, com 742.389 reclamações registradas. O Tribunal de Contas da União (TCU) verificou que as associações não apresentavam a documentação de consentimento dos descontos, mesmo quando solicitada pelo INSS, evidenciando a falta de transparência e irregularidades no processo.

Quais medidas foram tomadas para combater as fraudes?

O histórico de irregularidades remonta a 2018, quando uma auditoria já havia identificado um aumento significativo nos descontos associativos de seis entidades, gerando um número elevado de reclamações. Na época, a Procuradoria-Geral da República recomendou a suspensão dos repasses para quatro dessas associações, mas sem sucesso.

Em 2024, a CGU novamente recomendou que o INSS tomasse providências, incluindo a suspensão cautelar dos repasses e a apuração dos descontos indevidos. O relatório também sugeriu que novos acordos de cooperação técnica fossem firmados apenas com entidades idôneas, sem histórico de reclamações por descontos indevidos.

Como os aposentados podem se proteger de descontos indevidos?

Para evitar ser vítima de fraudes, os aposentados devem monitorar regularmente seus extratos de pagamento e verificar qualquer desconto não autorizado. Em caso de suspeita, é crucial reportar imediatamente ao INSS e buscar assistência jurídica, se necessário. A conscientização e a vigilância são ferramentas essenciais para proteger os direitos dos beneficiários e garantir que seus benefícios sejam pagos integralmente.

Perguntas Frequentes

  • O que é considerado um desconto indevido? Um desconto indevido é qualquer valor descontado de seu benefício sem sua autorização expressa e documentada.
  • O que devo fazer se identificar um desconto não autorizado? Relate imediatamente ao INSS e, se necessário, busque assistência jurídica.
  • Como posso prevenir que isso aconteça novamente? Monitore regularmente seus extratos de pagamento e questione qualquer desconto desconhecido.
  • Essas associações ainda podem atuar? Muitas das associações foram suspensas, mas é importante verificar a idoneidade de qualquer nova entidade antes de firmar um acordo.
  • Há algum reembolso para as vítimas? Atuais ações judiciais e investigações buscam reembolsar as vítimas, mas os processos podem ser demorados.

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