Investigação revela lobistas e ex-diretores envolvidos na fraude do INSS

A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre um esquema de fraude que teria desviado R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS. O esquema teria ocorrido entre 2019 e 2025, envolvendo tanto a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto a do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação, denominada “Sem Desconto”, busca esclarecer como os repasses foram realizados e identificar os responsáveis.

O esquema envolve funcionários do INSS, empresários e lobistas que teriam se beneficiado de descontos ilegais nas folhas de pagamento dos beneficiários. A investigação já resultou no afastamento de vários funcionários do INSS e na análise de transações financeiras suspeitas. A seguir, são apresentados alguns dos principais envolvidos e suas supostas participações no esquema.

Quem são os funcionários do INSS envolvidos?

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, é acusado de facilitar os descontos em folha de aposentados. Ele foi afastado do cargo e posteriormente pediu demissão, negando as acusações. Outro nome importante é Virgílio Antônio Filho, ex-procurador do INSS, que teria recebido propina para a compra de imóveis, aumentando significativamente seu patrimônio em pouco tempo.

André Fidelis, ex-diretor do INSS, também está sob investigação por ter recebido milhões através de empresas de seu filho. Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, teria recebido dinheiro por meio de uma empresa aberta para este fim. Todos negam envolvimento no esquema.

Cédula Brasileira Real – Créditos: depositphotos.com / rafapress

Qual o Papel dos Empresários e Lobistas?

Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, é apontado como figura central do esquema. Ele teria recebido milhões de associações envolvidas e repassado valores a servidores suspeitos. As investigações revelam que ele atuava como intermediário financeiro, facilitando os descontos fraudulentos nas aposentadorias.

As associações presididas por Cecília Rodrigues Mota, como a Aapen e a AAPB, também estão sob suspeita. Ela teria recebido milhões em um curto período e realizado viagens frequentes, levantando suspeitas sobre o transporte de dinheiro em espécie.

Como as associações estão envolvidas?

A Contag, sob a presidência de Aristides Veras dos Santos, é acusada de solicitar desbloqueios de benefícios para aplicar descontos indevidos. A auditoria interna do INSS considerou irregular o documento que autorizava tais descontos. A Contag teria transferido grandes somas para entidades sindicais e empresas, sem justificativa clara.

Além disso, funcionários da Contag, como Edjane Rodrigues Silva e Thaisa Daiane Silva, estão sendo investigados por transações financeiras suspeitas e aquisição de imóveis sem origem de recursos devidamente esclarecida. A Contag alega que suas funcionárias são agricultoras familiares, mas as investigações continuam.

Quais são as implicações do esquema?

O esquema de fraudes no INSS revela um complexo sistema de corrupção que impacta diretamente a vida de milhões de aposentados e pensionistas. A operação “Sem Desconto” busca não apenas punir os responsáveis, mas também implementar medidas para evitar que fraudes semelhantes ocorram no futuro.

As investigações continuam, e a Polícia Federal está empenhada em desmantelar toda a rede envolvida. O caso destaca a importância de mecanismos de controle mais rigorosos e transparência nas operações financeiras de órgãos públicos, especialmente aqueles que lidam com benefícios sociais.

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