Many: De oito anos sem salário à própria assinatura no cenário artístico

No podcast do Mistukenti, Many abriu o coração sobre os desafios, as frustrações e as recompensas de organizar eventos culturais em Timbó.

Ao longo de sua trajetória, ele foi moldando sua visão sobre como criar experiências que não apenas entretenham, mas também eduquem e conectem as pessoas com a história local.

“Quando começamos com a Festa do Imigrante, qualquer coisa que a gente fizesse já era novidade. Mas, com o tempo, o público começa a esperar algo mais, e a pressão aumenta. A cada ano, temos que criar algo mais grandioso, mais impactante. No terceiro ano, já se perguntava: ‘O que mais podemos fazer para surpreender?’”, refletiu Many, explicando o desafio de manter o evento relevante e inovador.

Many: De oito anos sem salário à própria assinatura no cenário artístico
Créditos: Misturebas News/ Fábio Ferrari

A Festa do Imigrante, que celebra as raízes dos descendentes de diversos povos, não é apenas sobre comida típica, como muitos podem pensar.

“Não é só sobre os pratos, as bebidas. O objetivo é criar um vínculo cultural. A gente quer que as pessoas saiam de lá mais sábias culturalmente, mais conectadas com a história de Timbó”, disse.

Many também mencionou no Mistukenti a importância de ressaltar as tradições locais. Para ele, eventos como a Festa do Imigrante são uma oportunidade única de resgatar a memória da cidade.

Um exemplo disso foi a ideia de usar uma canoa com os nomes dos descendentes durante a festa. “A canoa não foi só um adereço. Era uma maneira de dizer: ‘Essa história importa, e é sua também.’”

Mas o caminho não é fácil. Many comentou sobre o desgaste que acompanha a criação de grandes eventos.

“Entrega de evento, principalmente de grande porte, é algo extremamente desgastante mentalmente. Não é só montar, é o processo todo. Cada ano você tem que estudar, se renovar, estar em contato com novas ideias, e isso exige uma carga de energia absurda. Às vezes, fico três dias sem dormir, só pensando em como posso melhorar. É a loucura do trabalho, mas é isso que me mantém vivo”, disse, destacando o cansaço constante que acompanha o processo criativo.

Ao falar sobre o tempo de trabalho e persistência, Many compartilhou uma lição importante:
“A persistência é tudo.

Eu passei oito anos sem receber nada, mas nunca desisti. E tem gente que passa até mais tempo na faculdade e sai sem saber nada. Não é diferente, você vai errando, vai aprendendo, mas vai em frente, sempre buscando melhorar.”

Créditos: Misturebas News/ Fábio Ferrari

Ele também abordou a constante evolução que exige o trabalho de organizar e produzir. “Você começa com uma ideia simples e, de repente, o evento toma proporções gigantes. Não dá para fazer sempre a mesma coisa, precisa inovar, ressignificar tudo.

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Às vezes, até a decoração precisa ser repensada. Eu coloco algo no evento, e a pessoa fala: ‘Por que não coloca ali?’ Eu paro e penso, e vejo que, realmente, ali ficaria melhor. O olhar do outro é fundamental”, explicou, dando uma visão sobre a flexibilidade necessária no trabalho criativo.

O tema da persistência se manteve ao longo da conversa. Many afirmou que, por mais difícil que seja, o trabalho sempre se renova.

“Você vai chegar ao ponto de pensar em desistir, é normal. Mas quando você ama o que faz, isso te mantém de pé, te motiva a ir em frente, sempre buscando entregar algo a mais.”

A conversa foi longa e rendeu boas risadas!
Confira o podcast completo abaixo.

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