Casos de doenças respiratórias crescem em SC e acendem alerta para crianças e idosos

Com a chegada do outono e a diminuição da umidade, aumentam os casos de doenças respiratórias em Santa Catarina, especialmente entre as crianças. O avanço das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) tem exigido ações rápidas das unidades de saúde, em especial nas grandes cidades, como Florianópolis.

Embora o foco inicial das atenções recaia sobre o público infantil, um estudo recente mostrou que os idosos também estão em risco. A pesquisa foi conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), farmacêutica GSK e pela empresa de dados IQVIA, e destacou o impacto do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em pessoas com 60 anos ou mais. Segundo os dados, entre 2013 e 2023, quase 26% dos idosos infectados não resistiram à doença.

Boa parte desses óbitos esteve associada à presença de outras enfermidades. Entre os que morreram, mais de 70% já tinham algum problema de saúde prévio, como doenças no coração (64,2%), diabetes (32%) ou condições pulmonares crônicas (26,5%).

Busca por vacinas cresce e preocupa a rede pública

Nos últimos seis meses, a procura por informações sobre vacinas aumentou significativamente. Um levantamento da Agência Conversion revelou um crescimento de 140% nas pesquisas pelo termo “calendário vacinal atualizado” no Google. O pico de buscas foi em março, justamente quando já se observava o aumento nas internações pediátricas por SRAG em Santa Catarina.

O governo estadual tem reforçado a importância da vacinação, que é oferecida gratuitamente à população nos postos de saúde. A orientação é que crianças e idosos – grupos mais suscetíveis a complicações – estejam com o esquema vacinal em dia. As Secretarias Municipais de Saúde devem ser procuradas para informações sobre a disponibilidade das doses.

Número de internações e desafios no diagnóstico

Ao longo de uma década, 3.348 idosos foram hospitalizados com diagnóstico de VSR em Santa Catarina. Nesse período, a taxa de internação passou de 0,3 para 2,1, e quase um terço dos pacientes precisou ser internado em UTI. Desses, cerca de 70% necessitaram de suporte respiratório.

Apesar dos números chamarem atenção, especialistas alertam que eles podem estar subestimados. A testagem em adultos ainda é baixa, e só passou a ser mais frequente a partir de 2017.

Já entre as crianças, o diagnóstico costuma ser mais rápido, já que elas mantêm alta carga viral e são levadas mais prontamente ao atendimento médico quando surgem os primeiros sintomas.

O impacto do VSR no organismo

O Vírus Sincicial Respiratório provoca uma inflamação severa, afetando principalmente aqueles com doenças no sistema cardiovascular. O corpo passa a ter dificuldade para manter os níveis ideais de oxigênio e exige mais esforço do coração.

Um dos dados mais preocupantes do estudo foi a constatação de que pessoas com doença arterial coronariana apresentaram risco triplicado de infarto após a infecção.

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Prevenção exige cuidados simples e atenção aos sintomas

Manter o sistema imunológico fortalecido é essencial para prevenir infecções respiratórias. Alimentação balanceada, hidratação constante e ambientes bem higienizados ajudam a evitar a propagação do vírus. Usar umidificadores de ar em períodos secos também é recomendado.

Ao notar sintomas como febre persistente e dificuldade para respirar, é fundamental buscar atendimento médico rapidamente. O repouso também é indicado para facilitar a recuperação.

No Brasil, ainda não há vacina contra o VSR na rede pública. Duas opções estão disponíveis apenas de forma particular: Arexvy, da GSK, e Abrysvo, da Pfizer. A Arexvy, por exemplo, demonstrou eficácia de mais de 82% contra infecções e de 94% contra quadros graves no primeiro ano após a aplicação. Após 31 meses, a proteção acumulada chega a quase 63%.

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