Gigante da saúde é acusada de usar inteligência artificial para negar tratamentos médicos

A UnitedHealth Group, gigante norte-americana responsável pela operadora Amil no Brasil, revelou que já opera com centenas de sistemas baseados em inteligência artificial em diferentes segmentos, incluindo seguros, serviços de saúde e farmácia. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira (5/5).

Nos Estados Unidos, a empresa enfrenta uma ação coletiva e está sob investigação do Departamento de Justiça. A suspeita é de que algoritmos estariam sendo usados para recusar tratamentos a pacientes do Medicare Advantage, programa de saúde subsidiado pelo governo voltado a idosos.

Como a UnitedHealth utiliza a IA para negar os tratamentos?

A UnitedHealth utiliza a inteligência artificial para diversas finalidades dentro de suas operações. Entre os projetos em operação, destacam-se ferramentas que transcrevem consultas médicas, chatbots que ajudam pacientes a localizar médicos e programas que analisam prontuários para sugerir diagnósticos. A empresa afirma que todas essas ferramentas são utilizadas com o consentimento dos pacientes, e que a IA é empregada principalmente para reunir dados faltantes ou encaminhar pedidos para revisão humana.

O diretor de tecnologia da UnitedHealth, Sandeep Dadlani, destacou que os sistemas de IA são supervisionados por um comitê de especialistas. Este comitê é responsável por analisar o desempenho, a imparcialidade e o risco de vieses dos sistemas, garantindo que as ferramentas sejam utilizadas de forma ética e eficaz.

UnitedHealth Group – Créditos: depositphotos.com / jetcityimage2

Quais são os desafios e controvérsias envolvidas?

A expansão do uso de inteligência artificial pela UnitedHealth ocorre em um momento de debate intenso sobre o papel dos algoritmos em decisões médicas. Organizações civis, legisladores e o próprio setor de saúde discutem os limites para essas ferramentas, especialmente quando há impacto direto sobre a vida dos pacientes. As preocupações giram em torno da transparência dos algoritmos e do potencial de vieses que podem afetar negativamente os pacientes.

Nos Estados Unidos, a controvérsia é ainda mais acentuada devido à ação coletiva e à investigação em curso. Documentos judiciais apontam o uso de um programa chamado “nH Predict”, que teria recomendado a alta precoce de pacientes, mesmo contra recomendações médicas. A UnitedHealth defende que seus sistemas são apenas ferramentas de apoio e que as decisões finais são sempre tomadas por profissionais humanos.

Como a inteligência artificial pode impactar na saúde?

A UnitedHealth planeja expandir ainda mais o uso de suas soluções de inteligência artificial, inclusive vendendo essas tecnologias para outros grupos de saúde. A empresa acredita que a IA pode trazer benefícios significativos para o setor, como maior eficiência e precisão nos diagnósticos. No entanto, a implementação dessas tecnologias deve ser feita com cautela, garantindo sempre o respeito aos direitos dos pacientes e a supervisão adequada por parte de especialistas.

No Brasil, onde a UnitedHealth controla a operadora Amil, ainda não há informações claras sobre o uso de tecnologias semelhantes. A discussão sobre o papel da inteligência artificial na saúde continua a evoluir, e será crucial acompanhar como as empresas e reguladores irão equilibrar inovação e ética no uso dessas ferramentas.

Seus impactos podem ser observados em diversas áreas:

Diagnóstico e Tratamento:

  • Diagnóstico Aprimorado: A IA pode analisar grandes volumes de dados médicos, como imagens de exames, histórico de pacientes e resultados laboratoriais, para identificar padrões e auxiliar no diagnóstico de doenças com maior precisão e rapidez, muitas vezes superando a capacidade humana na detecção precoce de condições como câncer e doenças neurodegenerativas.
  • Tratamentos Personalizados: Ao analisar dados genômicos, histórico médico e estilo de vida dos pacientes, a IA pode ajudar a desenvolver tratamentos mais eficazes e personalizados, otimizando a dosagem de medicamentos e minimizando efeitos colaterais.
  • Descoberta de Novos Medicamentos: Algoritmos de IA podem analisar vastas quantidades de dados para identificar potenciais novos medicamentos e acelerar o processo de desenvolvimento farmacêutico, prevendo a toxicidade e a bioatividade de moléculas.
  • Cirurgia Robótica: Robôs cirúrgicos guiados por IA podem realizar procedimentos complexos com maior precisão, minimizando incisões, reduzindo o tempo de recuperação e melhorando os resultados para os pacientes.

Monitoramento e Prevenção:

  • Monitoramento Contínuo de Pacientes: Dispositivos vestíveis e sistemas de monitoramento remoto alimentados por IA podem coletar dados em tempo real sobre sinais vitais e atividades dos pacientes, permitindo o acompanhamento contínuo e a detecção precoce de anormalidades, possibilitando intervenções preventivas.
  • Previsão de Surtos e Epidemias: A IA pode analisar dados epidemiológicos e ambientais para prever surtos de doenças infecciosas, auxiliando na implementação de medidas preventivas e no controle da disseminação.
  • Medicina Preventiva: Ao identificar fatores de risco e padrões em grandes populações, a IA pode contribuir para estratégias de prevenção de doenças e promoção da saúde pública.

Gestão e Eficiência:

  • Otimização de Processos Hospitalares: A IA pode otimizar a alocação de recursos, gerenciar leitos, agendamentos e fluxos de pacientes, aumentando a eficiência e reduzindo custos em hospitais e clínicas.
  • Prontuários Eletrônicos Inteligentes: Sistemas de IA podem analisar prontuários eletrônicos para identificar informações relevantes, alertar sobre possíveis interações medicamentosas e auxiliar na tomada de decisões clínicas.
  • Telemedicina: Chatbots e assistentes virtuais com IA podem fornecer informações de saúde, agendar consultas e realizar triagem remota, ampliando o acesso aos cuidados médicos, especialmente em áreas remotas.
  • Análise de Dados e Pesquisa: A IA facilita a análise de grandes conjuntos de dados para estudos epidemiológicos, identificação de fatores de risco e avanços na pesquisa médica.

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