Qual conclave mais curto e mais longo? O de Francisco teve 2 dias

Conclave para eleger o novo papa começa nesta quarta (7)Arquivo/Vatican News

O conclaveprocesso de escolha do novo líder da Igreja Católica após a morte do papa Francisco, começa nesta quarta-feira (7). Para os católicos, o rito consiste na escolha do próximo sucessor de São Pedro, o primeiro papa e apóstolo a quem Jesus confiou a liderança da Igreja. 

Definido com a simbólica cerimônia da fumaça, que avisa ao mundo que um novo papa foi selecionado, existem antes uma lista de procedimentos bem definidos e votos de sigilo precisam ser realizados. Este processo realizado há centenas de anos já durou mais de dois anos em uma escolha, assim como já levou poucas horas para a definição.

Conclave que elegeu papa Francisco

Papa Francisco teve pontificado de 12 anosReprodução

A escolha do então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como papa, em março de 2013, durou dois dias. O conclave foi convocado pouco depois de Bento XVI renunciar ao cargo. O tempo para a eleição de Francisco — assim como o esperado neste ano —, seguiu a média das duas eleições anteriores: três dias para o Papa João Paulo II (1978), e dois para o Papa Bento XVI (2005).

Ao ser perguntado se aceitava o cargo, o argentino disse: “Sou um grande pecador, confiando na misericórdia e na paciência de Deus. No sofrimento, aceito”. A revelação foi feita na época pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste da basílica de São Pedro, e noticiada pela Agência espanhola EFE.

Em seu primeiro discurso como papa, Francisco afirmou que os seus “irmãos cardeais foram atrás dele quase até o fim do mundo”.

Conclave mais longo

Pintura do papa Gregório XDivulgação/Vaticano

De acordo com o Vaticano, o conclave mais longo da história foi em 1268, com a duração de dois anos e 10 meses para eleger o Papa Gregório X. A demora teria sido causada por divisões políticas entre cardeais franceses e italianos, em que nenhum dos lados conseguia alcançar os dois terços necessários para eleger o papa. 

Os cardeais chegaram a ser trancados no Palácio Episcopal de Viterbo, com racionamento de comida e a remoção do teto do edifício para acelerar a decisão. O caso levou à criação de novas regras para o conclave, como o limite de votações.

Outros conclaves que demoraram quase o mesmo tempo foram os que culminaram nas eleições do Papa João XXII (em 1316) e do Papa Martinho V (em 1417), ambos com ao menos dois anos de duração.

Conclave mais curto

A escolha de um papa que precisou de menos tempo para a decisão aconteceu em 1503, em que o Papa Júlio II foi eleito em apenas 10 horas. A votação foi realizada após a morte do Papa Pio III, que ficou no poder por apenas um mês. O grupo de cardeais se reuniu pela segunda vez em um curto espaço de tempo e, já se conhecendo muito bem, concluiu rapidamente pela eleição.

Como funciona o conclave?

O Colégio dos Cardeais é convocado após a morte do papa e se reúne na Capela Sistina, completamente isolados do mundo exterior. É daí que vem a palavra “conclave”, que deriva do latim cum clave — “com chave” — referindo-se ao isolamento dos cardeais durante a eleição. Esse isolamento tem como objetivo garantir que a escolha do novo Sumo Pontífice ocorra sem influências externas.

As votações ocorrem duas vezes ao dia: duas pela manhã e duas à tarde. Para que um candidato seja eleito, é necessário obter uma maioria de dois terços dos votos. Cada cardeal escreve o nome do seu escolhido em uma cédula, depositada em uma urna. Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas em um fogareiro específico.

A fumaça decorrente dessa queima é um dos pontos mais conhecidos pelos fiéis: se preta, indica que nenhum candidato foi eleito, enquanto fumaça branca anuncia a escolha de um novo Papa.

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