Embraer mantém estudos para fabricar avião de maior porte

Tema é foco de questionamentos do mercado ante janela de crescimento deixada por concorrentes como Boeing e seu modelo 737 MAX

Cristian Favaro e Felipe Laurence
Valor
De São Paulo

07 Maio 2025

O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, voltou a comentar sobre os estudos da empresa na direção de produzir um avião maior na divisão comercial, mas disse que, por enquanto, nada foi definido. Atualmente, as aeronaves da empresa chegam a 146 assentos.

O tema é constantemente alvo de perguntas do mercado ante estimativa de que a empresa estaria próxima de dar esse novo passo, sobretudo diante do enfraquecimento da concorrente Boeing — a americana tem enfrentado desafios no seu principal modelo, o 737 MAX, após uma série de acidentes.

“Essa é uma boa questão e não é fácil de responder. Sim, os clientes estão perguntando sobre nossos planos de aviões maiores. No momento estamos muito focados em vender o [modelo] E2. E estamos trabalhando e investindo em novas tecnologias para novos produtos no futuro. Pode ser avião executivo maior, comercial ou de defesa. Estamos fazendo estudos. Não há decisão”, disse.

“Pode ser avião executivo maior, comercial ou de defesa. Estamos fazendo estudos. Não há decisão” Francisco Gomes

O presidente da Embraer afirmou também que a indústria continua sofrendo com uma cadeia de fornecimento complexa. Entre os componentes com problemas de fornecimento estão partes de fuselagem e alguns tipos de motor.

O executivo sinalizou ainda os esforços do grupo para estabilizar sua produção — parte significativa das entregas eram muito concentradas no fim do ano e, agora, o grupo conseguiu espalhar o fluxo durante os trimestres.

“Neste ano, vimos os primeiros resultados do projeto. Para 2026 em diante esperamos uma maior estabilidade da produção.”

Mesmo com os problemas, o grupo tem conseguido progredir nas entregas de aviões, o que levou a fabricante a manter suas perspectivas para 2025 — entre elas es- tá a projeção de entregar entre 77 e 85 aeronaves na divisão comercial.

Gomes Neto disse que a Embraer trabalha nas campanhas de vendas na Índia do KC-390, aeronave de defesa. “Estamos trabalhando os próximos passos. Esperamos algo mais provavelmente nos próximos dois anos”, disse. A janela é para pedidos na casa de 40 a 80 aviões. Ainda sobre a Índia, o executivo disse que há campanhas também para o E2.

A fabricante brasileira teve lucro líquido de R$ 434 milhões no primeiro trimestre, alta de 204,1% na comparação anual.

Em relatório, a equipe de analistas do Citi destacou que a Embraer teve números operacionais robustos no primeiro trimestre, apoiado no bom desempenho operacional, reiterando também as metas para o ano mesmo com incertezas relacionadas às tarifas dos Estados Unidos.

Já a equipe do Goldman Sachs escreveu, em relatório, que a empresa conseguiu bons resultados mesmo em um período sazonalmente negativo. Enquanto isso, o Santander disse que a fabricante superou as expectativas com os bons números da aviação comercial e executiva

Francisco Gomes CEO da Embraer

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