O que pensa o novo Papa, Leão 14

O que pensa o novo Papa, Leão 14Reprodução Vatican News

O novo Papa, Robert Prevost (Leão 14), traz consigo uma visão pastoral, missionária e profundamente humana do papel da Igreja e de seus líderes. De acordo com uma entreista feita para o Vatican News em 2023, para ele, ser bispo — e, por extensão, ser Papa — significa, antes de tudo, ser pastor e servidor, próximo do povo, não um gestor burocrático ou figura de autoridade distante.

Prevost acredita que a missão primordial da Igreja não é simplesmente ensinar doutrina, mas comunicar a beleza e a alegria de conhecer Jesus. Ele adverte que, ao focar apenas em regras e estruturas, corre-se o risco de perder a essência do Evangelho.

Sua experiência como missionário na América Latina moldou sua perspectiva sobre proximidade pastoral. Ele defende que o bispo deve viver as “quatro proximidades” apontadas por Francisco: com Deus, com outros bispos, com os sacerdotes e com o povo de Deus — e que essa relação deve ser vivida com humildade, abertura e escuta.

Sobre a unidade da Igreja, Prevost vê o bispo como figura central para a comunhão em tempos de polarização. Para ele, sem unidade com o Papa, a Igreja perde sua identidade. Ele também reconhece que a sinodalidade, ou seja, o “caminhar juntos”, deve ser vivida com coragem e confiança no Espírito Santo — e não como um processo meramente organizacional ou político.

Na luta contra os abusos dentro da Igreja, o novo Papa defende uma postura de transparência, escuta e acolhimento às vítimas. Ele reconhece que há diferenças culturais e resistências, mas afirma com clareza: “o silêncio não é a solução”.

Prevost também aponta que é preciso abrir o processo de escolha de bispos à escuta do povo de Deus, e valoriza a presença de mulheres no dicastério responsável por essas escolhas. Para ele, a inclusão de diferentes vozes enriquece e fortalece a missão da Igreja.

Quanto às redes sociais, ele vê nelas uma ferramenta poderosa, mas alerta para seu uso responsável: mal utilizadas, podem prejudicar a unidade e alimentar divisões.

Por fim, sobre o papel econômico da Igreja, Prevost rejeita o extremo de uma estrutura meramente empresarial, mas também não acredita que tudo deva ser abandonado. A Igreja, segundo ele, precisa ser prática, confiar na Providência, e nunca esquecer a dimensão espiritual de sua vocação.

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