IPCA acima do esperado expõe pressão estrutural na inflação, dizem economistas

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O IPCA de abril registrou alta de 0,43%, número levemente acima da mediana de mercado (0,42%) e acima da projeção da AZ Quest (0,40%). Embora o dado de inflação tenha vindo em linha com a estimativa da Ativa Investimentos, a composição do índice preocupa analistas, especialmente nos serviços subjacentes e na média dos núcleos, ambos monitorados de perto pelo Banco Central.

Núcleos de inflação e serviços subjacentes mostram pressão inflacionária

Segundo Lucas Barbosa, da AZ Quest, a média dos núcleos surpreendeu ao atingir 0,50%, superando a mediana da Bloomberg (0,43%) e a sua própria projeção. O economista destaca que a alta foi puxada por bens industriais e serviços subjacentes, com destaque para alimentação fora do domicílio, serviços bancários, cabeleireiros e conserto de automóveis.

Foi uma surpresa bastante espalhada entre os subitens. A composição do IPCA de abril foi ruim e reforça que os fundamentos da inflação seguem pressionados”, avaliou Barbosa.

Já Guilherme Sousa, da Ativa, reconhece que, embora tenham acertado o número cheio, subestimaram a força dos serviços subjacentes, que avançaram de 6,43% para 6,75% no acumulado de 12 meses. Para ele, “o dado é qualitativamente negativo”, mas ainda não é suficiente para alterar a decisão do Copom na próxima reunião.

Inflação e a expectativa de nova alta na Selic volta ao radar

Apesar de algumas casas ainda manterem cautela sobre o impacto do dado na política monetária, a AZ Quest reforça seu call de uma alta adicional de 0,25 ponto percentual na Selic em maio, levando a taxa básica para 15% ao ano como terminal.

Barbosa afirma que o dado de inflação veio junto de uma sequência de números fortes da atividade, como produção industrial e mercado de trabalho aquecido, o que sustenta a tese de demanda resiliente e inflação persistente. A projeção da AZ Quest para o IPCA de 2025 permanece em 5,40%, com expectativa de desaceleração apenas a partir de setembro.

Pressão sobre o Banco Central aumenta

A leitura dos analistas aponta para um cenário desafiador para o Banco Central, que segue pressionado por uma combinação de demanda aquecida, serviços resistentes e núcleos inflacionários elevados. O comportamento da inflação nos próximos meses será decisivo para calibrar o rumo da política monetária.

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