Vulcão submarino está prestes a entrar em erupção e pode provocar 10 mil terremotos em 24h

Imagem do que ocorre após um vulcão submarino entrar em erupçãoerupção do vulcão submarino Axial Seamount

Erupção do vulcão submarino Axial Seamount: nuvens brancas de detritos microbianos sobem do fundo do mar – Foto: Divulgação/Iniciativa de Observatórios Oceânicos/ND

Os pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, alertam para uma possível erupção do vulcão submarino Axial Seamount, um dos mais ativos do Pacífico Nordeste, localizado a cerca de 480 km da costa de Oregon.

Com mais de 1,6 km de largura e situado a aproximadamente 1,5 km de profundidade, o vulcão apresenta sinais de acúmulo de magma e aumento de atividade sísmica, indicando que uma erupção pode ocorrer até o final de 2025, conforme os pesquisadores.

Monitoramento da possível erupção do vulcão submarino Axial Seamount

O Axial Seamount é monitorado em tempo real por uma redes de sensores submarinos conectados por cabos, permitindo a coleta contínua de dados sobre sua atividade.

Para se ter noção, essa infraestrutura possibilita a detecção precoce de sinais de erupção como o aumento na frequência de terremotos e o inchaço da caldeira vulcânica.

Quais seriam os impactos de uma possível erupção do vulcão submarino Axial Seamount?

Como ocorre uma erupção do vulcão submarino Axial Seamount – Vídeo: Divulgação/Iniciativa de Observatórios Oceânicos/ND

A erupção do vulcão submarino teria impacto direto nos ecossistemas marinhos ao redor.

Em 2015, ocorreu o mesmo fenômeno e na época observou-se a rápida recuperação da vida nas fontes hidrotermais, com o retorno de micro-organismos e animais adaptados a essas condições extremas.

Um estudo publicado pela Nature Communications revelou a existência de vida subterrânea nas cavidades da da crosta oceânica próximas a essas fontes, incluindo vermes tubulares gigantes e outros invertebrados.

Vale destacar que as forças gravitacionais da Lua, responsáveis pelas marés, podem influenciar a atividade sísmica no Axial Seamount, conforme um artigo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.

Além disso, veículos operados de maneira remota (ROVs) e veículos autônomos subaquáticos (AUVs) foram utilizados para mapear o fundo do mar e coletar amostras de lava recém-erupcionada.

Essas operações revelaram detalhes sobre a morfologia dos fluxos de lava e a rápida colonização por organismos marinhos, como bactérias e vermes tubulares, nas áreas afetadas pela erupção.

Formações rochosas no mar

Os vermes tubulares crescem nas formações rochosas únicas da erupção do vulcão submarino Axial Seamount – Foto: Divulgação/Iniciativa de Observatórios Oceânicos/ND

Como ocorreu primeira erupção de 2015

Segundo a Iniciativa de Observatórios Oceânicos, o fenômeno ocorreu em 24 de abril de 2015.

A primeira erupção do vulcão submarino Axial Seamount produziu aproximadamente 156 milhões de metros cúbicos de lava, distribuídos em 14 fluxos distintos ao longo de 19 km na zona de fenda norte do vulcão.

Durante a erupção, que durou um período de 24 horas, foram registrados cerca de 8 mil terremotos, o que indicou uma intensa atividade tectônica associada à erupção.

Além disso, segundo o observatório foi observado a movimentação do magma, a deformação do solo e os milhares de abalos sísmicos que antecederam e acompanharam o evento.

Em apenas 24 horas, foram registrados mais de 8 mil terremotos. Houve uma subsidência — afundamento — de 2,4 metros no solo marinho, indicando o esvaziamento da câmara magmática.

Erupção do vulcão submarino Axial Seamount será transmitido

Conforme os pesquisadores, a próxima erupção poderá ser a primeira a ser transmitida ao vivo. Eles apontam que graças aos avanços tecnológicos de monitoramento submarino, isso será possível.

Embora o Axial Seamount esteja distante da costa e suas erupções vulcânicas não representem ameaça direta às populações humanas, seu estudo é crucial para o entendimento dos vulcões submarinos.

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