‘Elas nasceram para mim’; Mãe por adoção conta sobre como decidiu construir sua família

Dia das mães – Foto: Arquivo pessoal/ND

Neste domingo (11), Dia das Mães, histórias de amor e entrega ganham ainda mais significado, especialmente quando mostram que a maternidade vai além dos laços biológicos. Foi assim com Bernadete Wickert, de 57 anos, moradora de Gaspar, no Vale do Itajaí. Ela e o marido, Gentil, decidiram trilhar o caminho da adoção.

A decisão veio em 2006, mas só se concretizou em 2014. “Quando eu e o meu marido resolvemos adotar, estávamos totalmente seguros, não tínhamos dúvidas. Deus nos deu esta missão e assumimos com total afinco, certos do que queríamos”, lembra Bernadete. Para o casal, a decisão não passava por filtros de cor, raça ou idade. Estavam dispostos a acolher até grupos de irmãos, simplesmente prontos para amar.

Mãe por adoção

Foi então que a vida ou, como ela prefere dizer, Deus – revelou quem completaria sua família: duas meninas, irmãs, uma com 13 anos e outra com apenas 6. A adoção tardia não foi um problema para a família.

“Thayla e Thaeme vieram completar o que já era bom. É um amor incondicional. Ele não tem explicação. É como se elas tivessem saído de mim”, conta emocionada.


A adoção tardia não foi um problema para a família de Bernadete - Arquivo pessoal/ND

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A adoção tardia não foi um problema para a família de Bernadete – Arquivo pessoal/ND


A decisão veio em 2006, mas só se concretizou em 2014 - Arquivo pessoal/ND

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A decisão veio em 2006, mas só se concretizou em 2014 – Arquivo pessoal/ND


Dia das mães - Arquivo pessoal/ND

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Dia das mães – Arquivo pessoal/ND


Thayla e Thaeme vieram completar a família - Arquivo pessoal/ND

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Thayla e Thaeme vieram completar a família – Arquivo pessoal/ND

Bernadete conta que sempre sua mãe, já falecida, sempre sonhou em ter uma neta que fizesse aniversário no mesmo dia que ela. “Um dia fomos caminhar, eu e meu marido, e disse pra ele que a menina mais nova havia nascido no mesmo dia que a mãe. É coisa de Deus, é um presente dela pra nós”, lembra.

Hoje, anos depois da adoção, Thayla está com 24 anos, e Thaeme, 17. A família cresceu além das filhas depois da chegada de uma netinha. “Ela é nossa luz e trouxe ainda mais alegrias para nós”, comenta a mãe e avó.

Entre as muitas lições que o casal aprendeu com a experiência da adoção, uma frase do marido se tornou quase um mantra na família: “Você pegou a criança no colo, ela já é seu filho. Nada mais distingue ser filho biológico ou filho adotivo”.

Adoção em Gaspar

Conforme a Secretaria de Assistência Social de Gaspar, existem três abrigos na cidade. O ‘Lar pequeno anjo’, está com sete crianças de 0 a 12 anos para adoção. O ‘Cegapam’ (Centro Gasparense de Proteção ao Adolescente Masculino), conta com três adolescentes. Já o ‘Lar das meninas’, está com 11 adolescentes.

A secretária de Assistência Social de Gaspar, Neusa Pasta Felizetti, explica que todos os abrigos são controlados e administrados pela OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

“Eles fazem todo o trabalho estrutural de acompanhamento dos jovens e e crianças. É um trabalho muito importante para o município e para as crianças. Nós, enquanto prefeitura, fazemos a fiscalização, o acompanhamento e o auxílio”.

A secretária lembra também que todos os relatórios, acompanhamentos médicos, psicológicos, assistenciais é feito pelo Poder Público. “A grande missão fica com as casas. A equipe técnica é a família dessas crianças e desses adolescentes. São eles que acompanham toda a vida deles”.

Felizetti conta que outro trabalho difícil é preparar a saída aos 18 anos dos que não foram adotados. “É feito um trabalho bem importante no preparo desses jovens para a vida lá fora, e a gente busca na comunidade e nos parceiros a ajuda para que prepare esses jovens para ter uma vida digna, autonomia econômica e financeira”.

O processo de adoção

Para poder adotar, é necessário ter mais de 18 anos, independente do sexo ou estado civil.  No entanto, deverá ser respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja efetuar uma doação e a criança escolhida.

O processo de adoção deve ser iniciado na Vara de Infância e Juventude, local em que o interessado será cadastrado e entregará de documentos previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Depois, o candidato deverá participar de cursos de adoção. Completado o curso, o interessado passará por uma avaliação da equipe interprofissional para contar quais são as motivações e expectativas.

Após essas etapas, o juiz irá analisar todos os documentos e, se o candidato demonstrar condições favoráveis, ele entrará no Cadastro Nacional de Adoção e precisará aguardar ser chamado.

Texto regulamenta o procedimento de entrega, pela mãe biológica, do filho para adoção antes ou logo após o nascimento – Foto: Agência Brasil/Divulgação

O perfil de criança mais escolhido em SC

Conforme o TJSC, o tempo que os interessados podem aguardar varia de acordo com o perfil da criança escolhido. Além disso, o TJSC aponta que são mais de três mil pessoas habilitadas em Santa Catarina à espera de uma criança.

Atualmente, a maioria das pessoas buscam meninas de até 5 anos para adotar. Mas, é importante lembrar que também existem crianças maiores e adolescentes aguardando por um lar.

Para ampliar as possibilidades de adoção, o órgão sugere que os interessados acessem o “Busca Ativa”. No sistema estão inseridos grupos de irmãos, adolescentes e crianças que possuem necessidades específicas de saúde ou deficiências.

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